Diário do Nordeste
30/01/2017
O lateral Jéfferson tenta se livrar da marcação de um atleta do Galo. ( FOTO: Helene Santos )
O torcedor do Fortaleza já vinha meio desconfiado como o seu time. A alegria de vencer o clássico contra o Ceará encheu a todos de esperança, mas o empate sem gols com o Bahia - pela Copa do Nordeste - com o adversário tendo um jogador a menos, deixou muitos torcedores preocupados.
A gota d'água para transbordar a desconfiança veio ontem, no Estádio Domingão, pela quinta rodada do Campeonato Cearense. O Leão pisou o gramado do estádio como líder e grande favorito: saiu de campo derrotado por 1x0 para o então lanterna da competição, o Horizonte, gol marcado por Isac, que quase marcou o segundo em cima dos tricolores, cabeceando uma bola na trave, na segunda etapa.
O torcedor que não viu o jogo pela televisão nem foi ao Domingão, poderia se perguntar: o que houve? Teria sido um daqueles jogos em que o time considerado grande perde uma infinidade de gols e o adversário só se defende e vai lá e confere? Não foi essa situação. E para se entender o que aconteceu seria oportuno se reportar às características do time atual do Fortaleza, resultado da reformulação do elenco de 2016.
Time defensivo
Nos cinco primeiros jogos da temporada, o Fortaleza se mostrou um time que tem evoluído no sistema de jogo defensivo. A equipe foi montada de trás para a frente, priorizando, inicialmente, a contenção.
Foi por isso que o Leão se houve bem com as equipes que o atacaram. Quando ele tem de propor o jogo, aí surgem as complicações dessa escolha.
Foi esse cenário apresentado no primeiro tempo do confronto contra o Horizonte. Acrescente-se a isso, à falta de capricho dos homens de frente do Fortaleza, na hora de finalizar. Em dois momentos, um com Rodrigo Andrade e outro com o lateral Jéfferson, o Leão poderia ter aberto o placar e dificultado as coisas para o adversário. Resultado: Rodrigo Andrade chutou na rede por fora, e o chute de Jéfferson, rasteiro, foi defendido pelo goleiro Fábio Lima.
O Leão não teve jogadas pelas laterais. Eduardo, estreante, estava tímido no apoio e Allan Vieira, pela esquerda, também não conseguiu produzir nada.
O time tricolor só teve três atacantes em ação: Lúcio Flávio, Juninho Potiguar e Gabriel Pereira. Só quem está com boa produção é Gabriel Pereira. Aos 46 minutos, Juninho perdeu a bola no ataque, surgiu o contra-ataque, Berg lançou Isac, que driblou o goleiro e marcou 1x0. Ele ainda colocaria uma bola na trave no segundo tempo. O Leão colocou outra, com Gabriel Pereira e foi só. O Horizonte ganhou quase todas as divididas na segunda etapa e teve duas chances de ampliar, mas o goleiro Boeck espalmou um chute de Otacílio e, na outra, Marciano chutou por cima, da entrada de área.