Diário do Nordeste
06/06/2016
Dez das 14 pessoas presas em decorrência da 'Operação Caixa Preta', deflagrada no dia 1º de junho pela Polícia Federal (PF), foram soltas, ontem. Os outros quatro presos já tinham sido liberados, na sexta-feira (3), após prestarem depoimento. A operação investiga uma organização criminosa composta por funcionários públicos, contadores, empresários e 'laranjas', que deu um desfalque de R$ 50 milhões na Caixa Econômica Federal (CEF) contratando empréstimos fraudulentos.
Segundo o coordenador do Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, delegado Gilson Mapurunga, todas as pessoas capturadas foram ouvidas e citaram nomes que serão investigados. "Novos nomes surgiram e as investigações continuam para identificarmos quem foi beneficiado com os empréstimos e quais funcionários da CEF contribuíram com as fraudes. Certamente outras pessoas precisarão se explicar", declarou.
O delegado disse que o material apreendido no dia que a operação foi deflagrada contem informações importantes, que ajudarão a direcionar as investigações daqui em diante. "O volume de contratos é muito grande. Já foi provado que o esquema existiu, a Polícia vai se concentrar em analisar o material para que se tenha uma conclusão sobre todos os beneficiados e até onde chegou o dinheiro conseguido de forma fraudulenta".
Temporária
As diligências da PF deveriam ser finalizadas em cinco dias, já que este era o tempo em que expiraria as prisões temporárias dos suspeitos. "Algumas pessoas foram liberadas ainda na sexta-feira, depois que foram ouvidas, por decisão da própria Polícia. A PF pediu que algumas dessas prisões fossem preventivas e obteve parecer favorável do Ministério Público Federal, mas a Justiça achou por bem conceder apenas prisões temporárias", afirmou Gilson Mapurunga.
Conforme o delegado, as pessoas presas são suspeitas de participarem da contratação de 409 empréstimos fraudulentos junto à CEF. Dentre os presos estão dois ex-gerentes da Instituição. Um deles já havia sido preso, durante a 'Operação Fidúcia', que investigava um esquema semelhante. Porém, os investigados pela 'Caixa Preta' tiveram a expertise de não pedir emprestado grandes valores, para que as transações ficassem a cargo do gerente de pessoa jurídica e não precisassem ser aprovados pela superintendência da CEF.