COLUNISTAS / HILDEBERTO AQUINO

PRESIDENTA OU PRESIDENTE?

Hildeberto Aquino

11//2/29/0

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A esta altura e diante do quadro que se nos apresenta, pouca ou nenhuma diferença tem feito se presidente ou presidenta. Apenas um neologismo incidental e efêmero (tomara) já que qualquer delas não assumiu, verdadeiramente, demonstrando-se indolente, ausente. A não ser em raros programas culinários de TV, ou de propaganda política, ou a embarcar em aviões para o exterior, ainda não se percebeu a sua atuação, o seu pulso firme como propagado e esperado na condução do País. Nenhuma medida de impacto foi materializada no seu incipiente governo. Demonstra-se um ente hesitante, fantoche por vezes quando à espera que o seu criador/mentor ou seus “aliados” lhe digam como proceder em todas as suas decisões. Escândalos e outros sérios problemas à sua volta e quase nenhuma manifestação persuasiva para acalmar os ânimos e mesmo para dar satisfação, alentar a nós cidadãos brasileiros e em especial aos que a elegeram. E deve sim Excelência!

Parece que a posse foi agora em junho e ainda assim somente depois de instigada pelo seu mentor posicionou-se com relação ao caso Palocci e afirmou vagamente que: “... o seu ministro dará todas as explicações para os órgãos de controle, inclusive Ministério Público”. Não bastou e foi pressionada a destituí-lo! Fê-lo a contragosto. Já o seu conselheiro, ex-presidente Lula - o que não desencarna - declara: “Se tirar o Palocci, o governo dela vai se arrastar até o final...” Premonição, mau agouro ou experiência de consultor-palestrante?

Fato é que as suas raras aparições ainda assim não foram convincentes. Em discursos sempre vazios, surrealistas, enquanto mal acabados e não persuasivos, Sua Excelência ensaia governar. Continua com promessas não cumpridas de projetos megalomaníacos, redentores, mirabolantes, utópicos, alguns absolutamente inviáveis, outros até factíveis, mas que não se ultimam. Reformas estruturais importantíssimas e inadiáveis que o País precisa decidir não são prioridades neste governo como não foram no dos seus antecessores. Isto sem falar da precariedade inaceitável reinante em diversas áreas como a Segurança, Educação, Infraestrutura (estradas) etc., indefinidamente relegadas às mais baixas escalas de prioridade, posto que de soluções postergadas indefinida e inconsequentemente, governos seguidos. Na Saúde temos o pior investimento de toda as Américas, inclusive menores do que alguns países da África. A população morre à míngua, desassistida!

Neste continuísmo disfarçado do seu governo (algumas vezes nem tanto dissimulado), constata-se no Brasil uma brutal inversão de valores com relação aos recordes alcançados de arrecadação de impostos relativamente aos benefícios consagrados à população. Trabalhamos cinco meses em cada ano só para pagar impostos; um confisco deslavado! Dinheiro não é, pois, o problema, sobra até para doações (em bilhões de dólares) a países vizinhos, construção de estádios, vilas olímpicas etc. Falta iniciativa, habilidade e decisão política para gerir bem e transparentemente os recursos que abundam. Um estado crônico de incongruência e inabilidade administrativa andando paralelamente com a miséria que persiste. Cerca de 64,1% da população estão endividados (dados da CNC/PEIC), pagando juros altíssimos (os mais caros do mundo) que só locupletam os banqueiros - esses sim!, os exclusivos beneficiados. E ainda se fala em tirar o povo da miséria.

A presidente fez por último uma súbita troca de ministros que, sem mérito algum, porquanto que quem conhece a nova Ministra de Relações Institucionais (articuladora do governo) sabe da sua inabilidade para articular ainda mais com uma base tão dispersa e interesseira como a sua. Nem junto ao seu partido (PT) ela é unanimidade. E segue assim mais aos desacertos, no embalo dos acontecimentos, que propriamente governando, tomando as rédeas, inovando, acertando.

Por outro lado, enquanto o mundo dá exemplos ao reagir aos abusos e descuros governamentais, quais forem, o nosso povo indolente, a tudo assiste e não esboça mínimas reações. Aceita tudo como bem-feito, passivamente. Isto decorre de um processo de alienação proposital que nos assola há décadas e torna a nós todos apenas servos domesticados e incapacitados de esboçar qualquer reação. Calamos e assentimos a tudo! Grande parte, temente, sequer ousa contestar e às vezes até comentar. 

Por otimistas, ansiamos, pois, que a nossa presidente, em boa saúde e disposição, assuma de fato e comece a governar não permitindo que alguns, por inconformismo ou oportunismo estratégico já visando 2014, até também em atitude discriminatória com relação às mulheres, comecem questionar a sua real capacidade para governar. Ainda acreditamos que é possível sim, resta demonstrar, assumir o pesado encargo, mas já, agora, antes que tardiamente se faça!

 

J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO

Hildeberto Aquino

Nascido em Crato (CE). Formação: Língua Portuguesa e pós-graduado em Gestão Escolar. Ex-funcionário do Banco do Brasil, 1972/1997, assumiu em Russas em 1982. Corretor de Imóveis. Articulista (crônicas e poesias). Meu lema: "Indigne-se por você e por todos contra as injustiças, quais forem. Clame, exija, exerça a sua cidadania e não seja mais um abmudo!" José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO

Hildeberto Aquino

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