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A conta sobrou para os mais pobres. E por que seria diferente? O assalariado é quem sustenta a elite corrupta detentora de mandato. Na gestão do Partido dos Trabalhadores não podia ser diferente. Mais uma vez a classe pobre é quem vai arcar com o ônus de um governo envolvido no maior esquema de corrupção de um país democrático, na história do mundo contemporâneo. Vão cobrir o déficit das contas públicas, gerado por uma gestão corrupta e incompetente, metendo a mão no bolso do trabalhador.
O pacote de maldades do governo mexe em direitos conquistados há décadas. E tudo isso acontece mesmo depois da presidente Dilma Rousseff declarar: “Não mexo em direitos trabalhistas nem que a vaca tussa.” O que a Dilma fala deve ser escrito com borracha branca. Encontra-se em votação no Congresso Nacional, medidas que alteram o acesso a benefícios trabalhistas e mudanças na concessão de direitos previdenciários. O ajuste fiscal é um pacote de maldades contra os trabalhadores brasileiros.
O ministro da Fazenda, Joaquin Levy, foi quem tossiu. E por sinal, esboçou uma tosse debochada, subestimando a inteligência do brasileiro. Se o ministro fosse ganhar a vida como ator, não daria nem ao menos para trabalhar em novelas mexicanas. Mas seu sorriso hipócrita, até que poderia ganhar o Oscar, se a desfaçatez fosse premiada como um feito cinematográfico. A estatueta bem que poderia ser a imagem do José Dirceu, de punho cerrado imitando o gesto de Hitler. A desculpa para disfarçar a divergência entre a equipe econômica, na ausência de Levy, ao anuncio das medidas, ficou pior do que a encomenda. Se a Dilma mentisse tão mal como o seu ministro da Fazenda, certamente não teria conquistado a reeleição.
A equipe econômica definiu um contingenciamento de R$ 69,9 bilhões do Orçamento Geral da União. Essa contenção de despesas inclui um corte de R$ 11,8 bilhões em Saúde e 9,4 bilhões em Educação, entre outras restrições no orçamento. O corte veio logo das duas pastas que atende as pessoas mais carentes, já que os filhos dos nobres estudam nas melhores escolas privadas e têm bons planos de saúde. Esse governo ainda tem o cinismo de propagar o slogan: Brasil, pátria educadora. É a desfaçatez ganhando vida, no propósito de ludibriar a população.
Que alternativas o governo teria para sair da crise sem penalizar os mais pobres? Bem, criar imposto sobre as grandes fortunas, subir o imposto sobre o lucro dos bancos – que por sinal, veem lucrando bilhões com o aumento contínuo da taxa Selic – e, por último, diminuir o número de ministérios, já que os países de economia fortalecida têm, em média, 25 ministérios. Enquanto o Brasil sustenta 39, inchando a máquina pública.
Por que o governo não toma essas medidas, afinal? Ora, o Planalto já sinaliza em adotar as duas primeiras, visto que o pacote de maldades contra o trabalhador não está sendo aprovado pelo Congresso, como o governo propôs. O ônus vai chamuscar os aristocratas, mas não com a tamanha proporção que deveria. A maior parcela da fatura sobrou para os mais pobres.
Já a terceira medida de ajuste que poderia ser adotada – a redução dos mesentérios – essa a Dilma não aplica em hipótese alguma. Explico: O governo petista dividiu o “bolo” com uma parcela de aliados que se beneficiam do patrimônio público. Não seria prudente mexer nesse vespeiro, no instante em que o executivo está fragilizado perante o poder legislativo e a opinião pública. Seria, decretar o impeachment da presidente.
E assim caminha o Brasil. Como escreveu o Padre Vieira, no “Sermão do bom ladrão”, citando a descompostura que Alexandre Magno passou num pirata, o homem respondeu: “Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Vieira completa: “Assim é [...] o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres”.
Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.
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