COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

Um mundo plural

Carlos Eugênio

06/11/2014

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A expressão bíblica “do pó viemos e ao pó voltaremos” (GN 3:19), define muito bem a essência da humanidade. Partindo desse princípio, o ser humano não tem direito de conceituar as diferenças – sejam estas, de ordem cultural, biológica, étnica, entre outras – como fatores que venham evidenciar um patamar de grau elevado ou menor valor. As diferenças devem ser vistas como um processo natural da vida. Isso é o que se espera de uma nação desenvolvida. Vale resultar, que nesse contexto, desenvolvimento não é sinônimo de situação econômica. Esse processo vai além. Vai de encontro ao respeito às opiniões adversas, e a aceitação da pluralidade que evidenciam os povos.

A diversidade que existe no mundo é, sobretudo, uma riqueza. Essa compreensão de mundo haverá de ser alcançada pela sociedade contemporânea. Infelizmente, está ocorrendo no Brasil e em muitos outros países, à disseminação do preconceito. Uma verdadeira barbárie que se destacam nas redes sociais, e vai à tona país a fora. Onde está a estima à vida? Respeitar o semelhante é uma prerrogativa de mão dupla. Portanto, a chave da vida em sociedade é o respeito mútuo.

Da Pré-História aos dias atuais ocorreram diversas realizações humanas. Os homens das cavernas que se organizavam em pequenos grupos, cederam espaço, ao longo da história, as novas civilizações; as mulheres que eram educadas para cuidar da casa e da comida, atualmente, assumem os mais imprescindíveis papéis no campo econômico, político e em diversas outras áreas. As novas tecnologias revolucionaram o mundo contemporâneo. Todavia, alguns ainda agem como os povos primitivos das cavernas.

Os insultos preconceituosos que os nordestinos vêm sofrendo nas redes sociais requerem uma tomada de atitude das autoridades. O Brasil, com a diversidade cultural que provem de sua essência, ainda não aprendeu a conviver com suas diferenças étnicas, geográficas e culturais. Comentários grotescos contra os povos do Nordeste é a prova de que o Brasil precisa ser repensado desde suas origens. É lamentável, mas a elite brasileira não reconhece a contribuição dos nordestinos com o crescimento econômico desse país. Alguns hipócritas que se acham elitizados e senhores da verdade, precisam conhecer a fundo a história do Brasil.

A pluralidade cultural torna o mundo mais atraente. O que seria da vida se todos nós tivéssemos os mesmos pensamentos, as mesmas concepções e comungássemos de ideologias comuns? Por certo teríamos um mundo monótono. Mas, formos criados em certos princípios e dogmas religiosos, em um ambiente que nos impuseram goela a baixo, comportamentos, que muitas vezes nem paramos para refletir se fazem parte de nossa essência. No entanto, adotamos como se fosse um membro da família. E quando a vida contesta os princípios na qual formos criados, agimos como seres irracionais em defesa da cria.
    
A educação que recebemos da família e da própria escola, não prepara as pessoas para viverem em um mundo plural. Por isso, as diversidades não são vistas como uma riqueza. Por conseguinte, quando as pessoas se deparam com as diferenças, que vão de encontro a todos os princípios que lhes foram ensinados, elas sentem-se agredidas, incomodadas, e tendem a reagir de forma grotesca, irracional. Entretanto, existe um princípio fundamental que rege as ações sociais, o respeito à vida. Essa prerrogativa não pode ficar a margem das atitudes do ser humano. Esse é o caminho para cimentar as relações humanas e tornar a sociedade mais justa e solidária.


Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

Carlos Eugênio

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