COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

Índices educacionais

Carlos Eugênio

12//2/21/0

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Índices educacionais

 

    Os índices comprovam que a educação brasileira encontra-se muito aquém, em comparação com países desenvolvidos. Apesar dos rojões comemorativos, temos muito pouco a festejar. Levando-se em consideração que os índices apontados pelo Ministério da Educação (MEC), apesar de um tímido avanço, não significa melhorias na qualidade de ensino. Os dados apenas dissimulam o verdadeiro cenário das escolas públicas brasileira. Afinal, para que servem números representados em gráficos, no Brasil, se não para mascarar a realidade! Certamente que os dados não são inverídicos. Entretanto, a leitura, as interpretações e o uso que fazem das informações, é que estão equivocados.

 

   O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que aponta o desempenho dos alunos no ensino fundamental e médio, em 2012, apresenta avanços modestos no ensino básico, a se comparar com países que investem maciçamente na educação. No tocante ao ensino médio, os dados são ainda mais críticos. O fraco desempenho dos estudantes no chamado Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) constata a mediocridade do ensino público brasileiro. A situação é tão grave, que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, cogita mudar a forma dos cálculos, substituído o Saeb pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com isso, elevaria os índices. Estão brincando de fazer educação nesse país!

 

    Para que as informações sejam bem utilizadas, é necessário analisar a metodologia adotada pelas instituições que obtiveram bom desempenho nas avaliações externas. Das 30 melhores escolas públicas do Brasil, apontadas pelo Ideb, 12 destas são militares. Esse fato chama atenção para um dado importante: a rigidez na disciplina. Um ambiente não pode fomentar conhecimento, com alunos que gozam do direito de fazem o que bem entende. Um papel que a família tem por obrigação assumir a responsabilidade em parceria com a escola.

 

    Mas, lamentavelmente, a degradação do seio familiar em seus princípios éticos e marais, estar afetando o ambiente escolar. Cabe ao Estado agir, fomentando paradigmas educacionais eficazes, com o propósito de mudar esse quadro. Quem participa do cotidiano de uma escola, conhece de perto a realidade. Sabe o quanto os educadores são afrontados por estudantes, em virtude da indisciplina. Em muitos casos com o apoio da própria família. Ser professor, nesse país que propaga a inversão de valores, é uma tarefa árdua.        

 

    À escola com maior nota em Goiás, aposta na eficácia da disciplina. Os estudantes são vistoriados por uma policial militar na entrada do colégio. Todos os alunos precisam estar devidamente uniformizados e as salas de aula são monitoradas por câmeras. Dessa maneira, o Colégio da Policia Militar de Anápolis, conseguiu galgar uma posição entre as melhores escolas públicas do país. Não se trata de adotar metodologias obsoletas. Consiste, sobretudo, em uma medida, que muitas instituições públicas e privadas de ensino, têm tomado para combater a indisciplina e disseminar conhecimento. 

 

    Quais medidas concretas estão sendo tomadas perante os resultados do Saeb? Até o momento não foram anunciadas. Para mudar esse quadro educacional, o país precisa adotar uma politica pedagógica pautada na rigidez da disciplina, implantar escolas em tempo integral, chamar à família para o seio escolar, promover cursos de qualificação profissional, valorizar o professor com politica salarial condizente com a importância do magistério e combater a promoção progressiva, que leva alunos para a série seguinte sem a devida qualificação.

 

    Não dar mais para mascarar a realidade. Chega de faz de conta na educação pública brasileira! Não se combate a desigualdade social, sem promover um ensino de qualidade para todas para todas as classes sociais. Os índices educacionais comprovam que o país caminha a passo de tartaruga. Obviamente que não se muda uma situação, que vem se arrastando ao longo da história, num curto espaço de tempo. Entretanto, para que ocorra alguma mudança, as politicas públicas precisam valorizar o ser humano. Este deve ser respeitado em sua essência. Somente através da educação pode-se abrir horizonte, fomentar paradigmas culturais e transformar uma nação.  

 

 

Carlos Eugênio Sombra Moreira

Professor e Escritor

 

Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

Carlos Eugênio

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