Diário do Nordeste
06/07/2023
Pessoas que moram em uma cidade, mas votam em outra. A situação, que já é conhecida em diversos territórios, pode ser uma das explicações sobre o que foi constatado no Ceará com a divulgação do Censo Demográfico 2022, no final de junho: 13 municípios cearenses têm mais eleitores do que habitantes, conforme dados coletados no segundo semestre de 2022.
A disparidade que não é esperada, chama a atenção, mas pode ocorrer por diversos fatores e não significa necessariamente erro ou ilegalidade.
De modo geral, não é esperado que o número de eleitores de uma cidade seja maior do que o de moradores. No caso da população total do Ceará, por exemplo, o Censo constatou que o Estado tem 8,7 milhões de habitantes, e em 2022 o total de eleitores aptos a voltarem era de 6,8 milhões, tendo em vista que só pessoas com 16 anos ou mais podem votar.
MAIS ELEITORES DO QUE MORADORES
Na lista das cidades cearenses com mais eleitores do que moradores, Granjeiro, o menor município do Estado, também concentra a distinção mais elevada entre um número e outro: são 976 eleitores a mais do que o total de habitantes.
A cidade tem 4.841 residentes, segundo o Censo, e tinha 5.817 eleitores aptos a votarem nas eleições de 2018. Mas, somente 4.464 de fato compareceram às urnas no 1º turno da votação.
Além de Granjeiro, as cidades Antonina do Norte, Aratuba, Caridade, General Sampaio, Guaramiranga, Ibaretama, Ibicuitinga, Pacujá, Pereiro, São João do Jaguaribe, São Luís do Curu e Tarrafas compartilham essa mesma discrepância entre um dado e outro.
No geral, são cidades pequenas, com menos de 12 mil habitantes. A exceção é Caridade com 16,3 mil residentes.
Embora o número de eleitores aptos a votarem no ano passado seja maior do que o de moradores, conforme os dados divulgados oficialmente, em nenhuma dessas cidades, o total de eleitores que compareceu às urnas no 1º turno foi superior a totalidade da população.