Diário do Nordeste
24/05/2023
Um policial militar estadual, acusado de participar das mortes da advogada Rafaela Vasconcelos de Maria, de 34 anos, e da mãe dela, Maria Socorro dos Vasconcelos, 78, no Município de Morrinhos, no Interior do Estado, é suspeito de integrar um grupo de extermínio e de cometer outros dois homicídios, em um intervalo de menos de uma hora.
O sargento Francisco Amaury da Silva Araújo, da Polícia Militar do Ceará (PMCE), foi citado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) como um dos quatro agentes de segurança indiciados pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) por dois homicídios ocorridos no dia 9 de novembro de 2019, em Fortaleza.
A CGD publicou, no Diário Oficial do Estado (DOE) da última segunda-feira (22), a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra dois inspetores da PC-CE, Fernando Jefferson Sales Pinheiro e Herlon Martins Marques, por suspeita de envolvimento com os crimes. Os policiais civis também foram afastados das funções preventivamente.
Os processos criminais sobre os homicídios estão em sigilo de justiça. Os quatro agentes de segurança chegaram a ficar 30 dias detidos, na época do crime. As defesas dos militares não foram localizadas para comentar as investigações.
Questionada sobre a investigação administrativa não abranger os dois PMs citados na portaria, a Controladoria Geral de Disciplina respondeu que "determinou instauração de processos disciplinares com determinações dos afastamentos preventivos". "As informações serão disponibilizadas no momento oportuno no Diário Oficial do Estado (DOE)", completou.
O sargento Amaury foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), junto do soldado Daniel Medeiros de Siqueira, por participação nos assassinatos da advogada Rafaela Vasconcelos e da mãe dela, Maria Socorro dos Vasconcelos, em Morrinhos, no dia 24 de março deste ano. A advogada era esposa de um tenente-coronel da Polícia Militar do Ceará.
Os dois PMs foram afastados das funções, pela CGD, por 120 dias, depois de serem presos em flagrante. No celular do sargento, foram encontrados vídeos da casa da advogada. Um dos arquivos é do início do mês de março deste ano. Nas imagens aparecem três homens dentro de um veículo, realizando um levantamento de endereço.