Diário do Nordeste
17/10/2022
Disponível desde a segunda-feira (10), o empréstimo consignado para quem recebe Auxílio Brasil e Benefício de Prestação Continuada (BPC) pode parecer atraente para quem precisa de dinheiro rápido, mas especialistas alertam para os riscos de contrair a dívida, sobretudo atrelada ao programa social.
Entre esses riscos está a incerteza que envolve a continuidade da transferência de renda, já que isso está relacionado à postura que o próximo governo, a ser definido no próximo dia 30 de outubro, vai adotar em relação ao Auxílio Brasil no ano que vem.
O professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador na área de Finanças Comportamentais, Erico Veras Marques, aconselha aos interessados na modalidade que não contraiam esse tipo de empréstimo.
Considerando a margem de consignação de no máximo 40%, que é a parcela do benefício que pode ser comprometida com o pagamento do empréstimo, o beneficiário do Auxílio Brasil que recebe R$ 400 - valor previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 - pode ter uma redução de até R$ 160 no valor do pagamento mensal. Assim, ele receberia apenas R$ 240.
“O consignado é um empréstimo com grande garantia de recebimento, porque ele é descontado diretamente no valor do salário ou benefício. Se a pessoa precisa do auxílio para complementar suas despesas, com o empréstimo ela vai entrar em um outro processo de endividamento”, detalha Veras Marques.