Mulheres de movimentos sociais, coletivos feministas e de diversos setores da sociedade se uniram na manhã desta quarta-feira (8), data em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, para realizar um ato unificado, na Praça da Imprensa Chanceler Edson Queiroz, no Bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, contra a violação de direitos. A expectativa dos organizadores é que o ato reúna cerca de 1.500 mulheres.
Segundo a integrante do Comitê Estadual da Marcha Mundial das Mulheres, Ticiana Studart, 37, as principais reivindicações da categoria são o fim da violência contra a mulher, contra o racismo, pelo direito do aborto legal e contra a reforma da previdência, proposta no governo do presidente Michel Temer. "Essa reforma não reconhece o papel da mulher na sociedade, que além de trabalhar, muitas vezes, tem uma jornada dupla ou até tripla, para cuidar dos filhos e da casa", afirma.
Além da Marcha Mundial das Mulheres, o ato contou com a participação de movimentos como o Fórum Cearense de Mulheres, Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e partidos políticos de esquerda.
Entre as participantes da manifestação está a indígena Maria das Graças Soares, 52, da etnia Tabepa, tribo da Região Metropolitana de Fortaleza. Para ela, a iniciativa de promover um ato em favor das mulheres ajuda a encorajar indígenas a combaterem os preconceitos que sofrem diariamente. "Somos muito discriminadas e julgadas pelos próprios maridos e pelas pessoas de fora, então está na hora de darmos uma resposta contra isso", declara.
A religiosa irmã Mônica Costa, da Congregação das Religiosas Missionárias de Nossa Senhora das Dores, também participou da manifestação. "Desenvolvemos um trabalho de enfrentamento contra o tráfico e exploração de mulheres e viemos dar nosso apoio", disse.
Para a a integrante do Instituto Negra do Ceará, Abi Rodrigues, 28, a luta das mulheres não acontece só no dia de hoje, principalmente no caso das mulheres negras e pobres, mas todos os dias do ano. "Devemos lutar e denunciar contra as pautas que nos matam todos os dias, direta ou indiretamente, como o racismo", afirma.