COLUNISTAS / HILDEBERTO AQUINO

MUSEUS, INVERSÕES DE VALORES

Gráfica

Hildeberto Aquino

13/09/2018

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Eis que de repente assistimos alguém puxando o cabelo e com lágrimas nos olhos a lamentar, cenicamente, a "grande perda" que foi a queima (proposital, creio eu!) do histórico museu do Rio de Janeiro (e não foi o primeiro no Brasil, já se foram oito). Aparecem presumidos "intelectuais" e "historiadores" de todos os cantos do País, e até do exterior, para externar os mesmos lamentos. Eis que nenhum deles se dignou cobrar cuidados antes do ocorrido. Usufruíam apenas... Quem dentre esses que lastimam comovidamente lembrou-se da PRESERVAÇÃO das estruturas antes mesmo das tais relíquias históricas e, como ato remediador se cogitou de instituição de um seguro que seria imprescindível no zelo de restauração (pelo menos) da obra, ou outra medida preventiva que ao museu garantisse segurança – vigilância, por exemplo? Nenhum! Depois do incêndio então surgem por todos os cantos do País, mesmo onde há outros museus simplesmente fragilizados, descurados pelas asquerosas autoridades públicas e ninguém alerta, fala, cobra. Por quê?

Junta-se de tudo o que é velharia, mesmo que não parte comprovada cientificamente da concreta história do País, sem mais qualquer utilidade efetiva e estoca-se para que os outros apreciem e saiam "revitalizados" e "aprimorados" nas suas precárias culturas. Alguns dizem que fazem seus estudos e suas pesquisas científicas utilizando-se desses objetos que recolhidos em lugares ermos, incertos, quando não comprados a alto preço com o dinheiro público.

De outra visão, mais humanitária e pessoal, e sempre lembrada nesses tempos politiqueiros de que se deve definir PRIORIDADES em especial as que assistem os desvalidos que sequer casinhas humildes têm para abrigar suas famílias, testemunha-se a brutal hipocrisia do direcionamento de recursos (milhões) em construções desses edifícios (museus) que atendem apenas o mínimo de pessoas ditas "especiais" enquanto o abandono persiste nas favelas e cidades de todo o País. Faltam escolas, hospitais, água, energia, rede de esgotos, etc., mas temos museus históricos que "engrandecem" a nossa cultura, a nossa história...

Eu, na minha incipiente visão de mundo devo estar louco ou involuindo, só pode..., ao discordar dessa brutal inversão de valores!!!

Hildeberto Aquino

Nascido em Crato (CE). Formação: Língua Portuguesa e pós-graduado em Gestão Escolar. Ex-funcionário do Banco do Brasil, 1972/1997, assumiu em Russas em 1982. Corretor de Imóveis. Articulista (crônicas e poesias). Meu lema: "Indigne-se por você e por todos contra as injustiças, quais forem. Clame, exija, exerça a sua cidadania e não seja mais um abmudo!" José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO

Hildeberto Aquino

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