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O primeiro documento que temos dando conta das doações de terras (sesmarias) no vale do Jaguaribe figuram as doadas para o Comissário Teodósio Abreu de Gracismão em 1681. Neste período, para que a sesmaria fosse doada era necessária a instalação do pretendente no local antes da doação. Ora, isso nos faz deduzir que um Comissário da Guarda Real e sua família não estariam instalados nessas bandas somente depois de “acalmado os ânimos” das sociedades indígenas que aqui moravam antes da colonização. Esses redutos, chamados Casas Fortes, eram casas preparadas para servir tanto para abrigo, quanto para a proteção dos ataques promovidos na resistência indígena.
Portanto, a expansão econômica jaguaribana, veio bem antes da data onde ela é oficializada. Os rebanhos soltos na vargem, lagoas, rios, arbustos de média altura, por onde poderiam ser capturados os chamados “barbatões”, aqueles rebanhos criados livremente, selvagens. Os rebanhos se proliferaram magnificamente, arrastando o Vale do Jaguaribe para um mercado interno que crescia a todo o instante, a procura por produtos de alimentação e vestuário teve que atender as procuras dos trabalhadores (escravos em sua maioria) que buscavam o tão sonhado ouro e pedras preciosas. As Minas transformou-se num grande aglomerado de caixeiros ou grandes comerciantes, que abasteciam as necessidades dos donos das terras e da população que girava entorno daquele negócio.
A intervenção da carne-do-Ceará, o charque, na nova etapa econômica foi fundamental para a fabricação de mantas de carne de charque para a embarcação Aracati/Recife. Evitando todos os problemas causados pelos intermináveis desafios de levar as boiadas em comitivas por terra. Além da carne, também eram negociados na mesma proporção o couro curtido e a pelica que também faziam parte dessa lista de produtos extraídos na criação de gado. Até que no final do século XVIII a grande seca registrada de 1790 a 1793 dizimou, não só o rebanho, mas uma boa parte da população cearense. Levando o declínio das oficinas de charque no Vale do Jaguaribe, perdendo o domínio deste mercado para o Rio Grande do Sul.
Professor especialista em ensino de História; Historiador Pesquisador; Escritor; membro da diretoria da Academia Russana de Cultura e Arte (ARCA); Compositor e ligado ao movimento Cultural de Russas Fez parte do Grupo Teatral Arco-Iris; membro fundador da OFICARTE Teatro e Cia; Professor na EEM - Escola Manuel Matoso Filho; Blogueiro.
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