Diário do Nordeste
25/05/2016
O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), afirmou, ontem, em conversa com jornalistas no Centro de Eventos, durante o 'Seminário Prefeitos Ceará 2016', que não existe 'nenhuma chance' dele assumir o cargo de secretário de Segurança do Estado. Além disso, Ciro aproveitou e comentou também aspectos da crise penitenciária atualmente observada na Capital e região metropolitana, especialmente dos motins ocorridos neste último fim de semana.
"Eu, se fosse governador, resolveria eu mesmo, como sempre fiz. Eu simplesmente rolava cabeças, demitia todos. Eu, sendo governador, estavam todos demitidos e processados por homicídio, porque são eles os responsáveis por essas mortes que aconteceram", afirmou, referindo-se aos agentes penitenciários grevistas e acreditando ser desnecessário convocar a Força Nacional de Segurança (FNS) para contornar a situação.
Constituição
Para Ciro Gomes, em qualquer sociedade do mundo é vedada à fração armada, no caso, as polícias e os agentes penitenciários, o direito a amotinar-se. "Quando um grupo de amotinados com armas viola a Constituição e quer submeter a sociedade aos seus interesses, ainda que legítimos, de forma violenta, só resta às autoridades uma alternativa, que é reprimir. Se essa repressão não ocorre no momento certo, o resultado é: sei lá quantas pessoas morreram, parte do patrimônio público destruído e agora nós estamos dependentes de convocar a Força Nacional".
Ciro Gomes assegurou que não conversa com o governador Camila Santana (PT) sobre esses assuntos. "O governador é autônomo. Eu não acho que minha posição seja necessariamente a única", afirmou.