Diário do Nordeste
24/05/2016
Departamento jurídico coral defende que foi oferecida 'mala branca' ao elenco do Horizonte para a partida do último domingo, 22, no PV ( FOTO: NATINHO RODRIGUES )
Após os incidentes ocorridos no domingo passado, 22, quando o Estádio do Junco, em Sobral, não foi aberto para a realização do jogo Nova Russas x Alto Santo, o Ferroviário denuncia que "manobras" estariam sendo articuladas nos bastidores para beneficiar o Alto Santo, que briga com o time da Capital pelo acesso à Série A do Campeonato Cearense em 2017.
A Federação Cearense de Futebol (FCF) baixou, nessa segunda-feira, a Portaria nº 015/DCO/FCF/2016 na qual dá a vitória ao time do Interior por W.O (não comparecimento do adversário) contra o Nova Russas, que era o mandante da partida.
Essa decisão, na prática, acaba complicando a situação do Ferroviário, que empatou com o Horizonte, também no domingo, 22. Isso porque o Alto Santo passou a ter um ponto a mais que o Ferrão (com o triunfo por W.O decretado, tem agora 41 pontos contra 40 dos corais) e jogará em casa na quinta-feira (26), contra o lanterna da competição, o Campo Grande, no Estádio Coliseu, precisando só vencer para subir para a Série A do Cearense.
No mesmo horário, o Ferroviário enfrentará o Nova Russas, no Estádio Presidente Vargas, agora dependendo não apenas de si para ascender de divisão.
Impugnação
O diretor jurídico do Ferroviário, Rodger Raniery, declarou que o clube da Barra vai entrar, ainda esta semana, no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), com três pedidos de abertura de inquérito desportivo para investigar situações que ele considera de "manobras extra-campo".
O primeiro deles se refere ao jogo Barbalha x Alto Santo, cujo clube mandante, o Barbalha, também perdeu por W.O, por não ter pago as taxas de arbitragem, o equivalente a R$1.500,00. Por conta disso, o Alto Santo foi o beneficiado por três pontos (previstos em regulamento) naquele compromisso.
"É uma situação estranha, porque o Barbalha veio jogar com o Ferroviário na capital cearense, pagando transporte, hospedagem e demais despesas, algo em torno de R$ 9 mil reais. Depois disso, ele foi jogar também em Iguatu, com despesas parecidas, e teve como ir. Quando é para enfrentar o Alto Santo ele não tem R$1.500 para pagar as taxas, dentro da sua própria casa?" Indagou o diretor jurídico do Tubarão da Barra.
Outro pedido de abertura de inquérito se refere ao jogo Ferroviário x Horizonte. O dirigente afirma que o Horizonte recebeu incentivo financeiro, a chamada "mala branca", para vencer o Ferroviário, e isso seria irregular.
Direito de todos
O advogado do Alto Santo, Irazer Gadelha, disse que pedido de inquérito é direito de todos. "Acusar é fácil, quero ver provar. O Ferroviário quer responsabilizar os outros pelos resultados que não conseguiu. O Alto Santo não tem nada a ver com os W.O", disse. O presidente do Horizonte, Paulo Wagner também desmentiu a mala branca.