As prateleiras dos supermercados estão diferentes. As opções de embalagens ganharam novas versões, menores, conhecidas como monoporções; ou maiores, chamadas de econômicas e que buscam atender toda a família. Com esta inovação, a intenção das indústrias de bens de consumo e de embalagens é atender o consumidor que está cada dia mais preocupado com sua despesas mensais e seletivo em suas escolhas. Neste momento de recessão econômica é indispensável que o comprador faça cálculos, para saber o que é mais vantajoso dentro do seu perfil de consumo e forma de utilizar cada um dos produtos.
Em recente pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Ranking Abad/Nielsen 2016 - ano base 2015, 60% das categorias cresceram por embalagens econômicas, o que significa aumento nas opções de desembolso para o consumidor. De acordo com o presidente da Abad, José do Egito, existe um novo cenário nos lares e o cliente tem mais opções nas prateleiras para adequar ao seu bolso. "O intuito é baratear, as indústrias estão fazendo constantes pesquisas e identificaram esta necessidade", explica.
De acordo com o presidente da Abad, é necessário que cada consumidor pense antes da escolha, pesquise e calcule o que é mais vantajoso para a utilização dentro do seu estilo de vida.
Opções diversas
Entre as opções disponíveis, ele cita embalagens de pasta de dente que dobraram de tamanho e são usadas por toda família; refis para produtos de higiene pessoal, alimentos e limpeza; embalagens de leve mais e pague menos; e pacotes individuais, com pequenas quantidades para quem mora só ou quer consumir em pequenas porções.
José do Egito afirma que o consumidor sai beneficiado com esta variedade de inovações e lançamentos constantes. A diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), Luciana Pellegrino, recorda que a mudança no setor vem acontecendo desde os anos de 1990, quando prevaleceu um cenário de muita inflação no País e os clientes buscavam o custo benefício na compra. Desde então, o consumidor passou a querer mais qualidade.
Eficiência e funcionalidade
Para o setor de embalagem, o desafio é ser eficiente o bastante para produzir um menor número de unidades com uma variedade maior. O refil já existia, mas vem ganhando adesão. Outra forte tendência são as embalagens cuja tampa, após aberta, volta a fechar a embalagem, pois o cliente não precisa consumir o conteúdo de uma só vez.
"As empresas buscam atender os anseios de cada região do País. Elas têm que olhar a fundo o consumidor para saber como ele vai organizar o seu abastecimento pessoal", indica Luciana.
Armazéns e distribuição
Em 2015, conforme estudo realizado pela Abre, pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) e pela Fundação Getúlio Vargas, a indústria brasileira de embalagem produziu o equivalente a R$ 57,3 bilhões e o setor operou com um grau médio de utilização da capacidade de 82,5%, ante 86,3%, em 2014. O nível de emprego atingiu, em dezembro, 216.024 postos de trabalho.
O sócio-diretor da J. Sleiman, Alexandre Sleiman, informa que, na prática, para as distribuidoras não houve muitas mudanças na rotina com a ampliação dos tipos de embalagens. "As indústrias já trabalham num padrão brasileiro de pallets e as caixas vem sempre neste formato", diz. Em seu segmento, de higiene e beleza, não houve tanta variação. Entre os que mudaram, destaque para os pacotes de fraldas. "Ao invés de comprar pacotinhos, o cliente escolhe um maior pela economia. É esta conta que o consumidor esta fazendo nos dias atuais. Mas existem casos em que o comprador não tem o dinheiro para este tipo de embalagens", alerta.
Na Roma Distribuidora, que trabalha com linhas mais nobres e diferenciadas com produtos importados, lights, diets e saudáveis, o diretor César Roma, informa que as embalagens costumam ser menores, pois nas residências nem todos são adeptos ao mesmo tipo de alimentação.
"Quanto maior a embalagem, maior o risco de desperdício. E a escolha deve depender de quem vai fazer a gestão do consumo na casa, pois tem situações delicadas a cada tipo de consumidor", analisa o empresário.