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Crise na Saúde resulta em renúncia

05/05/2015

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 O anúncio da renúncia de Carlile Lavor do cargo de secretário da Saúde do Ceará, em função da situação delicada na qual a área no Estado se encontra, repercutiu entre setores da política, representantes de entidades médicas e profissionais. A avaliação é de que, além de problemas relacionados a dificuldades financeiras do Estado, há a necessidade de ajustes técnicos na Pasta para a melhoria da qualidade do setor, que passa por uma crise.

A saída de Carlile Lavor acontece após diversas reportagens do Diário do Nordeste mostrando a condição caótica da saúde pública no Ceará. As dificuldades no controle de doenças contagiosas e a precariedade no atendimento aos doentes foram expostos pela publicação. Ontem, por exemplo, os hospitais de emergência de Fortaleza contabilizavam 373 pacientes atendidos nos corredores, conforme o Sindicato dos Médicos do Ceará.

O presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Luiz Aramicy Bezerra Pinto, destacou as qualidades de Lavor, apontando, entretanto, mudanças políticas que podem ter influenciado na decisão.


"Vejo a questão por dois pontos de vista: o primeiro é a pessoa de Carlile Lavor, um médico que já havia passado pelo mesmo cargo, no primeiro mandato de Tasso Jereissati como governador. Ele conhece bem a área, como profissional e técnico, tendo prestado grande serviço ao Estado. Por outro lado, as coisas evoluíram muito. Tudo isso passa por um momento político e comportamental. Em termos de capacidade, ele a tem para se adequar muito bem à Pasta. Mas o momento político talvez não tenha sido o melhor", avalia.

Problemas

Já o infectologista que foi secretário estadual da Saúde por duas vezes, Anastácio Queiroz, ressaltou problemas na saúde pública que devem ser tratados como prioridades. "Não posso especular sobre a saída, pois a última vez que estive com Lavor foi em sua posse como secretário, há quatro meses. Temos questões relevantes, como o controle das doenças e a assistência aos pacientes. Nota-se que existem problemas. Eu não tenho detalhes, mas há dificuldades financeiras e de trazer mais técnicos em saúde realmente qualificados. A Secretaria tem poucos técnicos, e isso traz uma dificuldade enorme para quem está à frente da Pasta. É preciso ter pessoas analisando e planejando ações para amenizar as doenças", analisa.

A secretária de Saúde do Município de Fortaleza, Socorro Martins, não quis comentar a renúncia até que o Governo fizesse o anúncio oficial.

Ao Diário do Nordeste, afirmou ter tentado entrar em contato por diversas vezes com Lavor durante a tarde de ontem, porém não foi atendida.

Hoje, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, estará em Fortaleza reunindo-se com o governador Camilo Santana para discutir meios de combate ao sarampo.

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