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Caixa diminui financiamento de imóveis usados

DN online

28/04/2015

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A partir da próxima segunda-feira (4), a Caixa Econômica Federal, responsável por cerca de 70% do crédito imobiliário do País, vai reduzir o limite para o financiamento de imóveis usados com recursos da poupança. A cota de financiamento de imóveis usados, apenas para operações com recursos da poupança, vai passar de 80% para 50% nas operações do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), e de 70% para 40% para imóveis no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), pelo Sistema de Amortização Constante (SAC).

O banco admite que sua prioridade neste ano será o financiamento de imóveis novos, que serão poupados das novas regras, o que beneficia o setor de construção. A mudança, que mitiga o problema da redução de depósitos na poupança, também não vale para as operações de habitação popular, de acordo com o que divulgou o banco.

"A Caixa Econômica Federal informa que o foco do banco este ano será o financiamento de imóveis novos, com destaque para a habitação popular - operações do Minha Casa, Minha Vida e recursos do FGTS", informou a instituição.

Para a advogada Daniele Akamine, sócia da Akamines Negócios Imobiliários, por ora, não deve afetar os demais bancos, que poderão ser uma opção para os compradores. Com a nova alteração, segundo ela, eles estarão em um patamar de igualdade competitiva com a Caixa.

Apenas poupança

O Sistema Financeiro de Habitação regula a maioria dos financiamentos imobiliários no Brasil e usa recursos do FGTS ou da poupança. A mudança da Caixa vale apenas para financiamentos com recursos da poupança. O limite que o consumidor pode parcelar vai cair dos atuais 80% para 50% do valor total do imóvel usado. O restante do valor deverá ser pago como entrada.

Para financiamentos usando recursos do FGTS, as regras não mudam. O SFH envolve operações com imóveis de até R$ 750 mil em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal; nos demais Estados, o valor é de até R$ 650 mil.

O Sistema Financeiro Imobiliário rege as operações que não se enquadram no Sistema Financeiro de Habitação. Para essas operações, a Caixa irá reduzir o limite de parcelamento de 70% para 40% do valor total do imóvel usado.

As regras anunciadas ontem não mudam para os financiamentos de imóveis pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

Juros

No último dia 17, a Caixa anunciou um aumento na taxa de juros para financiamentos imobiliários feitos com recursos da poupança - a segunda alta promovida pela instituição neste ano, tendo a primeira ocorrido em janeiro. Segundo a Caixa, o reajuste é reflexo da elevação da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 12,75% ao ano. O Banco Central retomou o ciclo de altas da taxa básica em outubro de 2014.

O reajuste é válido para contratos feitos pelo SFH. Os juros e as condições para financiamentos com recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não sofreram alteração.

Taxa balcão

Nos financiamentos feitos pelo SFH, a taxa balcão - para clientes sem relacionamento com o banco - passou de 9,15% para 9,45% ao ano. Para quem já tem relacionamento com a instituição (quem é correntista, por exemplo), os juros subiram de 9% ao ano para 9,30%. A nova taxa será aplicada somente aos imóveis financiados a partir do dia 13 de abril.

Além da taxa de juros, a Caixa também anunciou a alteração do LTV - ou quota de financiamento. Antes, a instituição financiava até 90% do menor valor, entre a avaliação e a compra e venda. Agora, o percentual passa a ser de 80% para os financiamentos no Sistema de Amortização SAC e 50% na Tabela Price.

Demais instituições

Após o anúncio da Caixa, a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) divulgou uma nota na qual a firma que o movimento "deverá ser seguido pelos demais bancos, já que a Selic (a taxa básica de juros) vem apresentando elevação, frente a um ambiente de maior inflação".



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