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Câmara aprova convocação para Cid explicar declarações

DNonline

05/03/2015

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Brasília. O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 280 votos a 102 e 4 abstenções, o requerimento do DEM de convocação do ministro da Educação, Cid Gomes, para esclarecer declarações que deu em visita à Universidade Federal do Pará, na última sexta-feira (27), sobre a Câmara.

A convocação obriga a presença do ministro, sob pena de crime de responsabilidade.

Segundo informações divulgadas pela imprensa, o ministro afirmou que, para pelo menos 300 deputados, "quanto pior (estiver o governo), melhor".

"Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais, aprovarem as emendas impositivas (...)", disse Cid Gomes, ressaltando que emitia opiniões pessoais e que não falava como o ministro da Educação.

Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), o ministro tem de vir ao Congresso para apontar quem seriam os "achacadores" a que se referiu.

Caso contrário, ofende todos os parlamentares. "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de que forma isso aconteceu e em que circunstâncias", disse.

Já o deputado Silvio Costa (PSC-PE), que é um dos vice-líderes do governo na Câmara, minimizou as declarações de Cid.

Segundo ele, o ministro não se referiu à corrupção. "Se alguém abrir o dicionário, vai ver que um dos sinônimos de achacar é desagradar. Tenho certeza de que Cid Gomes, quando usou a palavra achacar, foi no sentido de desagradar", disse.

Promessa

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), havia prometido colocar em votação ontem o requerimento pedindo a convocação de Cid.

"Vamos colocar a matéria sobre a Mesa, e vamos aprovar. Ele vai ter de explicar quem são os achacadores do Congresso", afirmou Cunha, antes da votação. O presidente da Câmara criticou a declaração do ministro.

"Um governo que tem como lema "Pátria Educadora", não pode ter um ministro da Educação mal-educado", disse Cunha.

O peemedebista disse que também colocaria em votação também ontem o projeto que regulamenta os direitos dos domésticos e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 457/05) conhecida como PEC da Bengala. A proposta aumenta de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria para ministros de tribunais superiores.

Fora de pauta

Em retaliação à declaração de Cid, Cunha ordenou a retirada de pauta do projeto do Ministério da Educação (MEC) que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes). O projeto visa criar uma entidade para avaliar e regular as faculdades no País.

O presidente da Câmara avisou que o tema só retornaria à pauta se a presidente Dilma Rousseff (PT) solicitar urgência. A votação era um pedido do ministro. O líder do PMDB na Casa, Leonardo Picciani (RJ), também defendeu a convocação.

O ministro, que está na cidade de New Haven, no estado de Connecticut, Estados Unidos, não respondeu até o final da noite de ontem as críticas feitas a ele, nem falou sobre a convocação na Câmara.

Ele participa de encontro promovido pela Universidade de Yale e Fundação Lemann sobre reformas educacionais.

Base aliada tentou evitar que decisão passasse

Brasília (Sucursal). Enquanto era apreciado o requerimento de convocação do ministro Cid Gomes, a base governista tentou convencer os parlamentares a transformar a solicitação em convite. O líder do PROS, deputado Domingos Neto (CE), disse que Cid estaria disposto a ir ao parlamento nos próximos dias. "Temos o maior interesse em esclarecer esses fatos", enfatizou.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), reconheceu que se tratava de "declaração infeliz' e que não havia motivos para tensionamento político.

Preocupado com as repercussões, Guimarães tentou transformar a convocação, em convite, mas teve a proposta rejeitada.

Depois, buscou minimizar as declarações, afirmando que elas "foram infelizes". Por fim, já derrotado, o petista disse que as frases de Cid não refletem o pensamento do governo.

Defensor do afastamento de Cid do governo desde que a Refinaria Premium II foi cancelada pela Petrobras, Danilo Forte (PMDB-CE) divulgou ontem nota pedindo a saída de Cid.

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