NOTÍCIAS / NEGÓCIOS

Maior cotação do dólar em 10 anos

O Povo

10/02/2015

Enviar por e-mail
Imprimir notícia

O resultado seria mais histórico ainda, no entanto a cotação do dólar fechou a R$ 2,779, em vez dos R$ 2,799 no pico da sessão de ontem. O auge foi impulsionado pela aversão ao risco, que foi dissipado no decorrer do dia. Mesmo assim, é o maior valor desde 9 de dezembro de 2004, quando chegou a R$ 2,780. 

Para Fábio Lemos, da São Paulo Investments, a forte alta da moeda na manhã de ontem teve influência da piora da perspectiva para a crise grega, com o País relutando em renegociar sua dívida com os credores, mas também reflete ainda os dados de emprego nos Estados Unidos divulgados na sexta-feira. Além disso, é efeito da Operação Lava Jato e dos racionamentos de energia e água no Brasil.

O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Ênio Arêa Leão, ressalta o fortalecimento do dólar em todo o mundo, em contrapartida da desvalorização do real. A consequência disso é o desestimulo à importação e gastos no exterior. Diz ser, por um lado, bom em determinados aspectos. “Há uma tendência de comprar mais produtos nacionais e viajar mais pelo País”.

Ressalta que, apesar do maior custo para investimentos internos, reduz o custo a investidores internacionais. “Nesse momento, a gente tem que deixar flutuar, parar de ficar intervindo no câmbio. Tem que encontrar o equilíbrio dele naturalmente”, defende, falando das intervenções do Governo Federal para controlar o preço do dólar.

No curto prazo, o economista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcos Holanda, ressalta a pressão sobre a inflação - mais uma. Além de energia, combustível e alimentos (por conta da seca), o dólar encarece preços aos consumidores finais também.

Para Holanda, ao mesmo tempo em que o dólar mais caro aumenta a competitividade da indústria, a possível alta nos juros dos Estados Unidos e incertezas na Europa e China, impactam negativamente na balança comercial brasileira, grande exportadora de commodities.
 
Única saída

Somente uma desvalorização mais forte do real em relação ao dólar é capaz de salvar a indústria em 2015, avalia o diretor-geral da fabricante de ônibus Marcopolo, José Rubens de La Rosa.
 
“Todas as dificuldades logísticas e de infraestrutura que imputamos no custo Brasil não se resolvem em um ano. Esses custos persistem, mas o fator cambial dá um pequeno alento para o Brasil tentar recuperar alguns mercados”, afirma.

A empresa gaúcha é uma das grandes exportadoras do País. Cerca de um terço, dos quase R$ 4 bilhões de faturamento por ano, vem das vendas para o exterior.

Na avaliação de La Rosa, o real fraco, que aumenta o poder de competição dos produtos brasileiros externamente, também dá munição às indústrias no mercado interno, em que os produtos importados vêm ganhando espaço. (com agências)
 
Números
12,78% foi quanto o dólar subiu no ano de 2014

Serviço
Companhe a cotação do dólar no site no Banco Central

DEIXE O SEU COMENTÁRIO

Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da TV RUSSAS. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. TV RUSSAS poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

REDES SOCIAIS

  • Facebook
  • Twitter
  • Soundcloud
  • Youtube

©2009 - 2024 TV Russas - Conectando você à informação

www.tvrussas.com.br - Todos os direitos reservados