O Programa Ciências sem Fronteiras, do governo federal, já implementou 56 mil bolsas de graduação-sanduíche no Brasil. No Ceará, 2.368 estudantes foram beneficiados e cursaram um período da universidade no exterior. O Estado é o terceiro do Nordeste com maior número de alunos contemplados, ficando atrás de Pernambuco e da Bahia.
A estudante Lysle Márjory é uma das cearenses que passou na seleção e foi para a Austrália, fazer um ano do curso de Engenharia de Petróleo.
Lysle é aluna da Universidade Federal do Ceará (UFC) e revela que um dos grandes aprendizados é a oportunidade de estudar matérias diferentes. “É muito interessante ver que profissionais que serão formados para o mesmo mercado estudam matérias completamente diferentes. A experiência está sendo fantástica”, reforça.
Walter Jhameson também está no exterior cursando Engenharia. O cearense mora no Canadá e estuda na Universidade de Guelph. Com previsão de retorno em dezembro, Walter ressalta a melhora na prática do inglês e as diferenças de ensino, pois possui menos aulas e mais trabalhos práticos. O jovem conta ainda que estagiou em uma multinacional. “Nunca aprendi tanto na minha vida. Tive treinamentos de equipamentos que são muito caros no Brasil”, revela.
O titular da Coordenadoria de Assuntos Internacionais da UFC e coordenador institucional do Programa Ciência sem Fronteiras, Tito Lívio Romão, explica que a instituição tem hoje, em média, 600 alunos no exterior pelo programa. Segundo ele, é difícil precisar o número, pois há alunos que já estão voltando e outros que foram recentemente.
Na Universidade de Fortaleza (Unifor), 80 alunos estão fazendo intercâmbio por meio do Ciências sem Fronteiras. Segundo a chefe da Divisão de Pesquisa da Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Karla Rolim, 55 alunos viajaram no último mês de julho e 25 devem voltar em dezembro deste ano.
A Universidade Estadual do Ceará (Uece) afirma que possui 60 alunos no exterior e 23 que conseguiram a bolsa.
A instituição que mais recebeu cearenses foi a Universidade de Toronto, no Canadá, com 36 alunos, seguida pela Universidade do Porto, em Portugal, com 33, e pela Universidade de Liverpool, na Inglaterra, com 27.
Oportunidade
O programa está com chamadas abertas para graduação-sanduíche em 21 países. Para tentar uma bolsa, os candidatos precisam ter nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) igual ou superior a 600 pontos; apresentar teste de proficiência no idioma aceito pela instituição de destino; ter integralizado no mínimo 20% e, no máximo, 90% do currículo previsto para seu curso; e ser homologado pela Instituição de Ensino Superior de origem (mérito acadêmico).
A bolsa custeará a permanência do aluno pelo tempo de estudos no país de destino. Além da mensalidade na moeda local, há auxílio instalação, seguro-saúde, auxílio deslocamento para aquisição de passagens e auxílio material didático para compra de computador ou tablet.
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