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Ceará não atingirá meta de redução da mortalidade materna em 2015

Diário do Nordeste

15/07/2014

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No próximo ano, o prazo para atingir a meta de 35 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos se esgotará. O coordenador do Comitê Estadual de Controle da Mortalidade Materna da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Mariano Freitas, afirma que o Ceará não chegará ao objetivo. "A redução da mortalidade materna no Estado ainda é uma questão que vai muito mais além de equipamentos e profissionais capacitados. Trata-se de questões culturais importantíssimas. Apesar da grande dedicação, ainda precisaremos de mais cinco ou dez anos para alcançar a meta", avalia

O propósito de alcançar esses números existe desde o ano 2000, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu a mortalidade materna como um dos oito Objetivos do Milênio (ODM) que deveria ser atingido em 15 anos.

No Estado, o índice ainda é bastante alto. São 88,6 por 100 mil nascidos vivos. Só no ano passado, 117 mulheres morreram por complicações na gravidez, no parto ou até 42 dias após o parto. Em 2011, foram 110 óbitos registrados, uma média de 67,8 por 100 mil nascidos vivos. Em 2012, a taxa foi de 90,9, para 135 mortes maternas.

O parto cesáreo também é um agravante. Foram 44 óbitos em decorrência de cirurgias, equivalente a 37,6% do total de causas de morte no ano passado, 14 por parto normal, sendo 20,5%. Em 18 mulheres não chegou a ocorrer o parto, representando 15,4%, e em 31 a causa é ignorada, um total de 26,5%.

O especialista explica que existem algumas causas de morte mais comuns. "O que ainda atinge muito as mulheres na hora do parto é a eclâmpsia, doença específica da gravidez. Mas podem ocorrer, também, hemorragias pós-parto, ou mesmo o aborto". Além dessas complicações, o médico cita o alcoolismo e o vício em crack como um dos grandes problemas. Outra questão grave é que 70% das gestações, no Brasil, são indesejadas.

De acordo com Mariano, o sistema de saúde do Estado procura estabelecer três metas para melhorar a saúde das gestantes. O principal deles é o cadastramento de todas as mulheres com idade fértil do Ceará. "Essa é uma tarefa dificílima. Mas, acredito que, se cada mulher tiver um cadastro, irá saber se pode ou não ter filho, quais riscos ela corre, além de uma conscientização maior sobre o uso de contraceptivos".

Outro ponto importante é oferecer um pré-natal de qualidade, o que requer equipamentos e profissionais muito bons. "Quanto a esse assunto, nós já demos um grande passo com a construção das 22 policlínicas distribuídas em todo o Estado", menciona o coordenador. E por último, está a assistência no momento do parto.

Capacitação

A Sesa encerra, nos 16 e 17 de julho, a capacitação dos integrantes dos comitês regionais de prevenção à mortalidade materna, com a realização do sexto curso, no Auditório Waldir Arcoverde, na Praia de Iracema. Serão treinados 375 membros dos comitês das 22 regiões de saúde do Estado.

"O mais importante para combater esse altos índices é identificar as causas de óbitos. As oficinas têm a finalidade de orientar sobre a investigação epidemiológica e estudos de casos clínicos de óbitos maternos", assegura Mariano.

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