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Música de forró polemiza na Capital

Diário do Nordeste

07/02/2014

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 Com a letra "Tô doido, tô doido, eu tô doido... Papoca, menino! Papoca, menino!" , a música lançada na última terça-feira, 4, pela banda Solteirões do Forró tem gerado repercussão, uma vez que a composição seria uma alusão ao empresário que apareceu em um vídeo, na rede social Facebook, atirando em via pública da Capital. O caso gerou polêmica no mês passado, e o autor dos disparos foi identificado e preso pela Polícia.

A música, de 2min42s, é de autoria da banda Kbra da Peste, e reproduz exatamente as palavras ditas pelo acusado de atirar nas ruas de Fortaleza. O empresário e um dos compositores da música, Jonathan Coutinho, disse, no entanto, não se tratar de uma alusão ao jovem, e sim apenas uma sátira.

"Foi uma brincadeira. Várias pessoas fizeram vídeos satirizando a situação, como todo cearense procura fazer, levando no tom de humor. Nossa intenção foi de promover uma música com caráter de humor", explicou.

Na fanpage do Diário do Nordeste no Facebook, diversos internautas demonstraram indignação com a nova produção. "Satirizar ou fazer apologia ao crime? vergonhoso!", disse um. "Uma série de erros cometidos por um imprudente irresponsável que, por conta disso, foi parar na cadeia é a inspiração para música", ressaltou outra internauta. "Papoca cultura brasileira", comentou um terceiro.

O professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador de cultura e mídia, Tadeu Feitosa, destaca que se a música tiver a intenção de fazer referência ao ocorrido se torna um fato preocupante em virtude da abrangência que a banda toma. "Seria uma apologia a desmandos e irresponsabilidades, e sintetiza a pouca compreensão dos músicos e de seus produtores do papel de formadores de opinião, já que eles têm sua parcela de ouvintes", explica.

Sobre o teor da música, o pesquisador ressalta se tratar de uma produção de qualidade ruim, com uma letra que não diz nada. Para ele, um oportunismo bobo e preocupante. "Ta doido é uma citação sem referência nenhuma. É uma suposta citação de uma gíria que gira em torno das irresponsabilidades infanto juvenis urbanas, uma referência pouco inteligente e pouco referencial, já que a música é muito pobre. Ela tem uma batida repetida, viciada, que eu encontro como ingredientes pouco criativos", avalia.

O professor faz, ainda, uma comparação ao cordel, destacando, neste caso, se tratar de uma expressão criativa e propensa a atuar como uma mídia. "A postura do cordel é noticiosa. Eu consigo encontrar no nele várias características do jornalismo. Ele informa, notícia, espetaculariza, e a música de verdade também faz isso", comenta.

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