Russas. Uma das duas casas de idosos da região Jaguaribana, o Lar Santa Clara de Assis, neste município, esta enfrentando nos últimos meses grandes dificuldades financeiras. Os recursos são poucos e as despesas são grandes para atender 25 pessoas, na maioria, em situação de abandono por suas famílias. Atualmente, o lar tem conseguido se manter basicamente de doações da população e algumas empresas.
As despesas são diversas, como alimentos, energia, água, telefone, funcionários, além de remédios, fraldas descartáveis e uma grande quantidade de leite, que é a base alimentar dos idosos. O único recurso garantido vem de 70% da aposentadoria deles, que chegam ao lar, mas que muitas vezes não custeiam algumas necessidades básicas.
Segundo o coordenador do Lar, Leônidas da Silva Filho, em muitos casos o recurso do idoso é comprometido pelo mau gerenciamento dos familiares. “Acontece muito da renda está vinculada a empréstimos feitos pela família. Mas diante da situação dele acabamos abrigando e dando o cuidado necessário. Para isso contamos muito com doações da população”, explica.
O Lar recebe idosos de Russas e de outras cidades do Vale do Jaguaribe, como Jaguaruana e Quixeré. Esse é o segundo abrigo da região. Há casos que são encaminhados através da Justiça. “Quando o Juiz ou o Ministério Público detectam situação de maus tratos eles encaminham para cá, e nós recebemos se houver vagas”, afirma Leônidas.
O presidente do Lar, Leudo Xavier, lamenta as atuais condições de manutenção do abrigo. “Temos estrutura para fazer mais, porém estamos trabalhando no vermelho. Tentamos articular algumas campanhas, mas a população ainda não é muito sensível à situação do idoso”.
Esta tramitando na Câmara de Vereadores da cidade uma Lei de Subvenção, de iniciativa do Legislativo local, para o município repassar um valor de R$ 3 mil a o Lar. Mas, segundo Xavier, a Prefeitura ofereceu uma contraproposta no valor de R$ 1 mil. A questão ainda vem sendo debatida entre representantes do governo e vereadores.
O Lar Santa Clara foi fundado em abril de 2004 e toda sua construção foi custeada com recursos arrecadados pela igreja católica. Hoje tem conseguido se manter graças a doações de alguns populares e pequenos empresários do município.
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