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Joesley e Saud chegam a Brasília para cumprir prisão temporária

Diário do Nordeste

11/09/2017

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Na semana passada, Joesley Batista e Ricardo Saud reconheceram, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que sabem de informações e possuem novos áudios que não foram entregues
Na semana passada, Joesley Batista e Ricardo Saud reconheceram, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que sabem de informações e possuem novos áudios que não foram entregues

Eles foram presos por suspeita de violar o acordo de delação premiada, emitindo nos áudios. Os executivos ficarão em celas separadas, de 9m².

O empresário Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud, da J&F, chegaram, na tarde desta segunda-feira (11), a Brasília, onde ficarão presos por pelo menos 5 dias na Superintendência da Polícia Federal (SPF). Joesley e Saud se entregaram à PF, em São Paulo, na tarde do domingo (10), e foram tranferidos a capital do País em um avião da Polícia Federal.
 
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decretou a prisão temporária, de Joesley e Saud por suspeita de violar o acordo de delação premiada. Entretanto, a prisão temporária pode ser prorrogada ou convertida em prisão preventiva.

Antes de seguirem para a Superintedência da Polícia Federal em Brasília, eles serão levados ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito. Os executivos ficarão presos em celas separadas, de 9 m², com vaso sanitário de chão, sem chuveiro, apenas um cano, e água fria.
 
Fachin deferiu parcialmente o requerimento do procurador porque não mandou prender outro personagem desse novo capítulo do caso JBS, o ex-procurador da República Marcello Miller - sob suspeita de fazer jogo duplo em favor do grupo empresarial.
 
Áudios que não foram entregues
 
Na semana passada, Joesley Batista e Ricardo Saud reconheceram, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que sabem de informações e possuem novos áudios que não foram entregues no acordo de delação premiada, negociado com a PGR.
 
A informação está na íntegra do pedido de prisão dos investigados feito pela procuradoria ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aceito pelo ministro Edson Fachin. No entendimento do procurador-geral, Rodrigo Janot, ao que tudo indica, a omissão de fatos nos depoimentos de delação foi intencional.
 
Solicitados a comparecer a Procuradoria-Geral da República no dia 7 deste mês, "os colaboradores foram evasivos, deixaram de apresentar fatos importantes e levantaram explicações confusas. Outrossim, reconheceram que há informações e áudios não entregues”, diz Janot.
 
Ex-ministro 
 
O ex-executivo Ricardo Saud também disse que gravou uma conversa com ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e omitiu o fato no depoimento de colaboração. A informação também foi utilizada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para justificar pedido de prisão dele.
 
No pedido de prisão, Janot afirma que as gravações foram enviadas ao exterior e existem indícios de que novas gravações seguiram o mesmo caminho.
 
“Há, ainda, referências a outras gravações inclusive uma relativa a conversa com José Eduardo Cardoso, que não apenas deixaram de ser entregues ao Ministério Público Federal como foram levadas ao exterior, em aparente tentativa de ocultação dos arquivos das autoridades pátrias, o que reforça o intento de omitir alguns fatos, após a orientações de Marcello Miller [ex-procurador]", afirmou Janot.
 
Em outro áudio que consta na investigação indicam que Ricardo Saud e Joesley Batista planejavam usar o ex-ministro José Eduardo Cardozo, na gestão de Dilma Rousseff, para atingir ministros da Suprema Corte.
 
Janot explicou que um áudio entregue pelos advogados da JBS narra supostos crimes que teriam sido omitidos.  A gravação foi entregue, por descuido dos advogados, como uma nova etapa do acordo.
 
Outro lado
 
O advogado de Joesley e Saud, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, divulgou uma nota afirmando que os delatores cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto ao assinarem o acordo de delação premiada.
 
“Não pode o Dr. Janot [Rodrigo Janot, procurador-geral da República] agir com falta de lealdade e, insinuar que o acordo de delação foi descumprido. Os clientes prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça. Este é mais um elemento forte que levara a descrença e a falta de credibilidade do instituto da delação”, disse o advogado, em defesa da revisão do uso do instituto de delação premiada.

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