Diário do Nordeste
09/06/2017
A Operação Expresso 150 apura um esquema de venda de liminares no TJCE. Três desembargadores foram afastados das funções ( Foto: Natinho Rodrigues )
Diligências da 'Operação Expresso 150', que investiga um esquema de venda de liminares no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), foram realizadas, na manhã de ontem. A Polícia Federal (PF) prendeu uma pessoa e intimou outras para serem ouvidas, em cumprimento de determinações da Justiça Federal.
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), diligências foram autorizadas em 27 de janeiro, por meio de um ofício encaminhado ao presidente do inquérito. A Polícia Federal informou que "houve cumprimento de decisão judicial, para esclarecer assuntos referentes à Operação Expresso 150".
Investigações
Desembargadores da ativa e aposentados estão entre os investigados da 'Operação Expresso 150'. Duas fases da ofensiva já foram deflagradas, de 2015 até agora. Os magistrados citados nas investigações, nestas duas fases, foram Sérgia Maria Mendonça Miranda, Francisco Pedrosa Teixeira, Valdsen Alves Pereira, Carlos Rodrigues Feitosa e Paulo Camelo Timbó.
Sérgia Miranda, Francisco Pedrosa e Carlos Feitosa foram impedidos de exercerem suas funções de desembargadores, por força de determinações do STJ. Já Paulo Camelo e Valdsen Pereira estão aposentados.
Pelo menos 14 advogados também foram alvos das apurações, por conta de um suposto envolvimento com a compra das liminares. São eles, Michel Sampaio Coutinho, Carlos Eduardo Miranda de Melo, Fernando Carlos Oliveira Feitosa, Jessica Simão Albuquerque Melo, Mauro Junior Rios, Marcos Paulo de Oliveira Sá, Eduardo Sérgio Carlos Castelo, Éverton de Oliveira Barbosa, João Paulo Bezerra Albuquerque, Emília Maria Castelo Lira, Adailton Freire Campelo, Eresmar de Oliveira Filho, Liliane Gonçalves Matos e Emanuela Maria Leite Bezerra Campelo.
De acordo com as investigações, os advogados pleiteavam junto a intermediários a compra das liminares, durante os plantões do TJCE. As tratativas para a negociação de sentenças judiciais chegaram a ser feitas até por meio de grupos no aplicativo WhatsApp. Um habeas corpus era vendido, em média, por R$ 150 mil, conforme a PF.