Diário do Nordeste
22/05/2017
Cid Gomes usará espaço na Assembleia para se defender da acusação ( Foto: José Leomar )
O ex-governador do Ceará é citado na gravação da delação premiada do proprietário do grupo empresarial, Joesley Batista.
O ex-governador Cid Gomes (PDT) voltou a negar, durante coletiva nesta segunda-feira (22), na Assembleia Legislativa, que teria recebido R$ 20 milhões em propina de um dos donos do grupo JBS.
“Lamentavelmente venho aqui pra me defender de uma acusação que atinge o que mais tenho de sagrado. Tudo que eu espero ao término da minha vida pública é merecer o respeito, a consideração e o reconhecimento dos meus conterrâneos cearenses”, comentou.
Cid rebateu as acusações contra ele afirmando que querem submetê-lo ao ‘’submundo’’ e ao ‘’lamaçal’’ dos envolvidos nos escândalos políticos. Ele reforçou ainda que seu patrimônio é de cerca de R$ 800 mil conquistados durante os 34 anos de vida pública, o que vai contra a denúncia de ter recebido o montante milionário.
O ex-governador do Estado disse ainda ter encontrado os irmãos Wesley e Joesley Batista, mas nunca tratou de benefícios de campanha para ele ou outro candidato, como Camilo Santana, cujo nome aparece na delação.
“Não houve qualquer compromisso sem qualquer prestação, quero aqui também enfatizar que, ao longo do período em que fui governador, todas as nossas contribuições, todas as nossas campanhas, todas orientação que se deram, as arrecadações foram feitas dentro da lei, todas as minhas campanhas foram aprovadas sem questionamento algum”, reforçou Cid.
O irmão de Ciro Gomes disse que lembra de ter encontrado os irmãos Babosa no Ceará durante a inauguração de uma fábrica de couros comprada pelo grupo na cidade de Aracati, no litoral cearense. Cid disse também ter encontrado os delatores na sede da JBS para tratar da instalação de uma fábrica de alimentos no Ceará, prometida pelos próprios empresários.
Cid Gomes afirmou ainda que irá acionar um advogado para processar Joesley Batista, que foi o responsável por denunciar o repasse de R$ 20 milhões para o ex-chefe do executivo do Ceará, por calúnia e difamação.
Conforme ainda a denúncia, Antônio Balhmann, atual assessor especial para Assuntos Internacionais do Governo, e Arialdo Pinho, secretário de Turismo, foram os responsáveis pela negociação do pagamento ilegal.