Diário do Nordeste
28/04/2017
O CFO custou aproximadamente R$ 250 mi e foi idealizado para abrigar atletas de alto rendimento e promoção do esporte em 26 modalidades olímpicas ( Foto: Thiago Gadelha )
Representantes do Governo do Estado do Ceará, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da sociedade civil, participaram, ontem, da solenidade de instalação do Clube Unesco no Ceará, na Arena Castelão. A parceria entre a organização e o Estado tem a finalidade de utilizar o Centro de Formação Olímpica (CFO) em três pilares: esporte de alto rendimento, educação e participação social.
O presidente da Unesco no Brasil, Luís Otávio Palhari, afirmou que o Ceará sai na vanguarda ao receber o quarto clube implantado no Brasil.
"A escolha do Ceará para instalação do Clube Unesco é justamente por causa da política pública de educação que já acontece no Estado. Aqui é referência na educação e tem potencial na revelação de novos atletas. E o esporte é o novo pilar do Clube Unesco. Essa visão política e a aceitação dos gestores motivou a acelerar o processo", declarou.
Fabrício Miguel, presidente do Clube Unesco no Ceará, falou do novo desafio. "Iremos trazer técnicos estrangeiros e atletas de ponta para fazer uma aproximação com os jovens cearenses, com o intuito de gerar uma cultura esportiva para o Ceará. A parceria com o Governo trará a redenção e ascensão social para a juventude local".
O esporte foi incluído na política do Clube Unesco em 2015. A sede nacional fica em Pindamonhangaba, Região Metropolitana do Vale do Paraíba, em São Paulo. A instituição é responsável pelo desenvolvimento dos objetivos da Unesco que tem a educação, cultura e ciência como forma de transformação social.
O secretário de Relações Internacionais do Estado do Ceará, Antonio Balhmann, falou do compromisso do Governo para o sucesso da parceria e fez críticas ao Sistema Financeiro. "Nós temos a obrigação. Será uma força a mais para mudar o estado pobre que é o Ceará. Nossa juventude é desprovida de oportunidades e o sistema produtivo não a absorve. O Sistema Financeiro não investe na geração de emprego, os bancos só pensam no lucro e o Parlamento não serve aos que o colocaram no poder. Essa parceria alavancará mudanças para a juventude cearense".
Equipamentos parados
O Centro de Formação Olímpica (CFO), que custou aproximadamente R$ 250,4 milhões e que foi idealizado, preferencialmente, para abrigar atletas de alto rendimento e promoção do esporte em 26 modalidades olímpicas, está, atualmente, parado. A intenção é que o equipamento seja utilizado para atividades do Clube Unesco no estado. Atualmente, as instalações são utilizadas apenas para shows e eventos esportivos.
Outros exemplos de abandonos são as Vilas Olímpicas. Os equipamentos - quatro em Fortaleza - estão sem condições de uso. Perguntado se haveria revitalização e inclusão desses espaços para ações do Clube Unesco, o secretário da Sesporte, Gelson Ferraz, foi lacônico: "Essa é outra questão e não entra nesse cenário".
(Colaborou Ideídes Guedes)