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Siglas buscam reflexão interna diante de crise

Diário do Nordeste

17/04/2017

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Presidente estadual do PSDB, o ex-senador Luiz Pontes afirma que, para além do engajamento dos filiados, é necessário mudar o sistema político ( Foto: José Leomar )
Presidente estadual do PSDB, o ex-senador Luiz Pontes afirma que, para além do engajamento dos filiados, é necessário mudar o sistema político ( Foto: José Leomar )

 A crise de representatividade em praticamente todos os partidos no Brasil ocorre principalmente pela falta de solidez das siglas, que muitas vezes se mostram sem ideologia ou bandeira forte que atraiam pessoas que se identifiquem com seus ideais. Questionados sobre o que têm feito para melhorar o diálogo interno com seus filiados, dirigentes de partidos políticos no Ceará dizem que somente após a reforma política é que se encontrará fortalecimento das legendas.

De acordo com a lista do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), membros de diversos partidos estão citados em delação premiada feita por executivos da Odebrecht. Partidos como PT, PSDB e PMDB têm a maior quantidade de delatados, assim como PP, DEM, PSD, PSB, PCdoB, PR, PRB, PTB, PTC e PPS.

O presidente do PSDB no Ceará, Luiz Pontes, afirma que, no caso da sigla tucana, a ideia é expulsar os que não provarem inocência. Ele destaca que a sigla tem tido cuidado na escolha de candidatos, a exemplo do que foi feito em 2016.

No entanto, para o dirigente, ainda que haja engajamento dos filiados, o problema está no modus operandi da política. "O que tem que mudar é o sistema, para dar mais força ao partido, porque muitas vezes as pessoas se escondem nos partidos para se aproveitarem das eleições".

Presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz sustenta que uma mudança deve atingir o financiamento de campanha, visto que, para ele, "qualquer debate interno não terá o pleno desejo atendido se não for feita uma reforma política séria".

Ele salienta que tem havido um debate interno na construção do retorno da militância petista junto aos movimentos sociais, mas pondera que "o esforço do discurso não pode estar desconectado da prática".

Domingos Neto, presidente do PSD no Ceará, acredita que, com a reforma política, diminua o número de partidos no País, o que melhorará a relação entre siglas e filiados. "Com o fim das coligações e cláusula de barreira, reduziremos para cerca de 10 a 12 partidos, aí temos como cobrar bandeiras mais sólidas".

Critério

Para o presidente do PDT, André Figueiredo, uma reforma pode impedir que legendas surjam apenas com o objetivo de venderem espaços nas eleições. "Isso é que propicia esses escândalos, pois partidos são criados sem nenhum controle. A reforma pode dar um freio nisso, com financiamento público de campanha com limite de gastos", afirma.

Ele diz que o PDT sempre foi criterioso no momento das filiações, além de realizar constantes formações e avaliações dos filiados. "Queremos mostrar a nossos filiados os princípios do PDT, porque se estão no partido é por questões ideológicas".

Antônio José, vice-presidente do PP, informou que ainda não conversou com Paulo Henrique Lustosa, citado na lista de Fachin como beneficiário de uma quantia oriunda da Odebrecht. Para ele, "casos isolados" ocorrem em muitos partidos, mas não devem ser usados como mácula para a legenda ou para a política.

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