Diário do Nordeste
05/04/2017
Delegado e policias que atuavam na Delegacia de Senador Pompeu estão sendo investigados. ( FOTO: REPRODUÇÃO )
De acordo com o Ministério Público, os agentes de segurança realizam cobrança indevida de serviços, além de forçar depoimentos de envolvidos em crimes.
Uma ação conjunta entre o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) dos Órgãos de Segurança Pública cumpriu mandados de busca e apreensão em residências de policiais civis suspeitos de práticas ilegais em Senador Pompeu, cidade distante 273 quilômetros de Fortaleza.
Um delegado, um inspetor e uma servidora tercerizada que atuavam no município foram afastados por determinação da Justiça. Os investigados estão proibidos de de ter acesso às dependências das delegacias vinculadas de Mombaça, Pedra Branca, Solonópole, Dep. Irapuan Pinheiro, Milhã e Piquet Carneiro.
Segundo o MPCE, como desdobramento das medidas investigativas, a Justiça ainda decretou a quebra de sigilos fiscal e bancário de todos os investigados. Os nomes dos envolvidos estão guardados sob sigilo.
A operação chamada de Data Venia (expressão que pode significar “com a devida licença”) também apreendeu computadores e documentos, além de armas de fogo em situação irregular.
Para o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), promotor de Justiça Manoel Epaminondas, há indícios de cobrança indevida de valores em troca da prestação de serviços típicos da Polícia Civil. Ele afirma ainda que os denunciados utilizavam de métodos ilegais na investigação de crimes, tais como a plantação de drogas ilícitas junto a suspeitos, como estratégia para a obtenção de confissão forçada.
“Agora, todo o material coletado será analisado pelos investigadores do Ministério Público, o que deve robustecer os elementos de prova e proporcionar a apresentação de denúncia criminal em face dos investigados junto à Justiça de Senador Pompeu nos próximos dias”, destaca Manoel Epaminondas.