Diário do Nordeste
24/03/2017
O corpo do agente da GMF foi localizado, no bairro Manoel Dias Branco. Ele estava com a carteira, onde foi encontrada uma quantia em dinheiro ( Foto: José Leomar )
O advogado Victor Henrique da Silva Ferreira Gomes, que representava o agente da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) José Gonçalves Fonseca, 51, foi preso, ontem, por força de um mandado de prisão temporária cumprido pela equipe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O guarda foi encontrado morto, em um matagal, no bairro Manoel Dias Branco, no último dia 9, e o advogado é considerado suspeito de ter envolvimento no caso.
Além do mandado de prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, em endereços que incluíam a casa e o escritório de Victor. Conforme levantamentos feitos sobre o caso pela reportagem, o advogado foi uma das últimas pessoas que foram vistas com a vítima, no dia 6 de março, quando ela desapareceu. Além disso, ele teria dado informações desencontradas em seu depoimento.
A suposta participação de Victor Gomes no caso da morte do guarda municipal não foi revelada, mas nos 30 dias em que ele deve ficar preso será ouvido novamente pelas autoridades para que alguns pontos sejam esclarecidos. Ainda conforme a reportagem apurou, algumas informações que envolvem Victor estão sendo analisadas pela DHPP.
Outras pessoas provavelmente surgirão como suspeitas do assassinato, mas até o momento não há outros mandados para serem cumpridos. Os próximos passos das diligências e o material que foi recolhido não foi detalhado, para não haver prejuízo nas investigações.
O advogado foi conduzido à DHPP, na tarde de ontem, depois submetido a um exame de corpo de delito na sede da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) e levado para o Departamento de Inteligência da Polícia Civil (DIP), na Delegacia Geral da Instituição, no Centro, onde será custodiado por 30 dias, como ordenou a Justiça.
Procurado pela reportagem o advogado Leandro Vasques, que representa Victor Gomes, informou que só irá se pronunciar após a obtenção de cópias integrais dos autos do inquérito, mas adiantou que "o inquérito policial ainda não foi encerrado e também tomei conhecimento que a vítima vinha sendo ameaçada por terceiras pessoas, acerca de um negócio envolvendo a aquisição, por parte da vítima, de uma casa que esta embaraçada num processo de inventário".
O caso
O guarda municipal desapareceu no dia 6 de março e foi encontrado no dia 9, morto em um matagal. A equipe da Pefoce, que esteve no local informou que não havia marcas visíveis de tiros ou facadas, mas não descartava a hipótese de que o laudo da necropsia fosse conclusivo sobre uma morte violenta.
O agente sumiu quando saiu de casa para ir a uma imobiliária e depois sacar uma alta quantia em dinheiro, para pagar uma casa que ele estava negociando. A namorada da vítima registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) dizendo que ele tinha sido visto pela última vez quando saía da casa da avó do advogado dele, no bairro de Fátima, para encontrar um corretor de imóveis e um dos herdeiros do imóvel que pretendia comprar.
Conforme depoimentos de testemunhas prestados à Polícia, José Fonseca levava consigo a quantia de R$ 120 mil em espécie. O carro da vítima foi localizado defronte a um condomínio, no Bairro de Fátima, no dia 10.