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Preocupações com a situação hídrica do CE

Diário do Nordeste

23/03/2017

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A deputada Rachel Marques, em resposta à oposição, falou das ações do Governo para o enfrentamento do problema da seca no Ceará ( Foto: José Leomar )
A deputada Rachel Marques, em resposta à oposição, falou das ações do Governo para o enfrentamento do problema da seca no Ceará ( Foto: José Leomar )

Para a oposição, a água existente no Estado, atualmente, deve ter como prioridade o abastecimento humano.

O Dia Mundial da Água, comemorado anualmente no dia 22 de março, foi lembrado ontem na Assembleia Legislativa do Ceará. O deputado Carlos Matos (PSDB), o primeiro a falar, afirmou que o dia era, de fato, especial. "É o momento ideal para reforçarmos a preocupação com a crise hídrica".

O parlamentar reconheceu o trabalho que tem sido feito no Estado para evitar que a situação seja ainda mais agravada, mas ressaltou que na data de ontem deveriam ser renovados todos os esforços. "Temos de parabenizar a sociedade que hoje cria o Instituto das Águas no Ceará. Devemos reconhecer todo o trabalho do Dnocs, que em seus mais de cem anos fez os principais reservatórios do Nordeste".

Pregando a necessidade de que muito mais seja feito, Matos defendeu que se crie em âmbito estadual um ambiente onde se propicie a geração de novas políticas. "Creio que essa seja uma questão que desafia sempre o Ceará. Sempre teremos seca, mas não haverá nenhum futuro para nós se não entrarmos em uma nova geração de políticas capaz de corrigir algumas imperfeições". Ele afirmou que não daria mais para conviver com 42% de desperdício.

"Precisamos que se tenha política que dê solução. Esta Casa, no ano passado, aprovou lei de reúso (da água), mas se não houver uma política para a sua implantação, se torna inócua", declarou. "Depois, temos o desafio de perfuração de poços. O Dnocs tem demanda de 3 mil e perfura 160. Com todo o esforço, vai chegar a 500. Precisamos avançar nessa área", acrescentou.

Para o deputado Renato Roseno (PSOL), "o planeta não suporta mais o modo de produção e consumo que a revolução industrial nos legou. O que as mudanças climáticas disparam é um conjunto de mudanças extremas. Secas muito extremas de um lado do planeta acompanhadas de grandes ondas de calor e altas temperaturas e, de outro lado do planeta, tufões, furacões e inundações, como vemos agora com o degelo gigantesco da calota norte", disse.

"No dia mundial da água, quero fazer este alerta e dizer como no Ceará estamos equivocados no modelo de gestão de recursos hídricos e de energia", disse Roseno, mostrando petição elaborada por diversas entidades, que teria sido entregue ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos, para a revogação de quatro outorgas de água.

A gestão de recursos hídricos é feita com base em instrumentos, um deles é a outorga do uso da água. O governo detém o poder de outorgar a um grande consumidor quanto e para quê ele deve usar a água. "Nós aqui temos quatro outorgas que somam 1.189 litros por segundo. As quatro outorgas abasteceriam 16 cidades como Lavras da Mangabeira ou 12 Tauás", disse.

Estupidez

Segundo ele, a representação da sociedade civil pede a suspensão dessas outorgas dadas às termelétricas. "É uma irresponsabilidade manter uma geração de energia movida a carvão mineral e gasto de água. No dia mundial da água, quero denunciar o que é uma estupidez", enfatizou o parlamentar do PSOL.

A deputada Rachel Marques (PT) ressaltou que, mesmo diante de situação grave vivida nos últimos anos de seca, houve entre 2015 e 2016 ação decisiva por parte do governador Camilo Santana para garantir água a populações de norte a sul do Ceará.

Ela relatou que foram perfurados cerca de 3 mil poços, além da construção de 330 quilômetros de adutoras, instalação de 550 chafarizes, 191 sistemas de dessalinização de água e entrega de três novas máquinas perfuratrizes. "Açudes importantes do Estado secaram e municípios inteiros ficaram sem água. Em Quixeramobim, por exemplo, foi feita, em período muito curto para que não faltasse água, uma adutora que levou água do açude Pedras Brancas, em Quixadá, para aquele município. Isso se deu em várias regiões do Estado, em ação firme por parte do governador Camilo Santana".

Rachel também destacou a redução do uso das águas do açude Castanhão para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Ela falou da inauguração do sistema de aproveitamento de água subterrânea do aquífero Dunas do Pecém, que, conforme contou, vai fazer com que diminua toda a demanda para a área do complexo industrial.

"O investimento total foi de R$ 6,5 milhões, adicionando cerca de 200 litros de água por segundo no sistema de abastecimento metropolitano, aumentando a garantia hídrica de Fortaleza. Foi uma bateria de 38 poços interligados, duas estações de bombeamento e um reservatório, garantindo aproveitamento das águas subterrâneas".

A petista falou ainda da Transposição. Rachel Marques apontou que as obras do eixo responsável por trazer as águas para o Ceará estão paradas por desistência da empresa responsável, mas que logo serão retomadas, para permitir que a água chegue ao Estado do Ceará.

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