Diário do Nordeste
22/03/2017
O ministro da Fazenda reforçou que, se for necessário, o governo elevará os impostos ( Foto: Agência Brasil )
Brasília. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem (21) que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 2,7% no último trimestre de 2017 e que o avanço da economia brasileira no ano que vem superará 3%. A previsão anterior para o crescimento do último trimestre deste ano na comparação com igual período de 2016 era de 2,4%.
A previsão oficial da equipe econômica para o crescimento em 2017 é de 1%, mas a expectativa é que esse número seja revisado para baixo hoje (22), quando o Ministério do Planejamento divulga o seu relatório de receitas e despesas. "A Secretaria de Política Econômica ainda está fazendo cálculos", afirmou Meirelles. "As projeções do mercado estão mudando muito, para baixo mas também para cima", acrescentou o ministro.
Cortes
Sobre o contingenciamento de despesas da União, que também será anunciado hoje, o ministro declarou que o total a ser bloqueado será decidido até esta quarta-feira. "Evidentemente que é na arrecadação que estamos trabalhando nestes últimos dias. Estamos finalizando os cálculos para ver quanto vamos arrecadar no leilão de petróleo e gás e quais as melhores estimadas para a repatriação", disse.
Meirelles declarou também que a equipe econômica estuda a correlação entre crescimento do PIB e da arrecadação.
Ontem o líder do governo no Senado, Romero Jucá, disse que o governo vai contingenciar R$ 30 bilhões e R$ 35 bilhões. Segundo Jucá, a diferença será compensada com reajuste em contribuições e aumento do valor arrecadado com concessões.
Aumento de imposto
Conforme o ministro Henrique Meirelles, a possibilidade de aumento de impostos ainda está sendo debatida pelo governo. Ele reafirmou que, se necessário, essa medida será tomada.
"Nosso compromisso é cumprir a meta de resultado primário. Um déficit ainda alto, mas menor do que ano passado. Vamos analisar aquilo que é concreto", disse.
Reformas
O ministro procurou passar a mensagem de que o trabalho da equipe econômica envolve uma "amplitude" de reformas que não incluem apenas a macroeconomia, políticas fiscais e monetárias, mas também mudanças relacionadas ao crédito, à desburocratização e à racionalização de serviços.
Meirelles voltou a prometer a redução do tempo que as empresas demoram para pagar impostos, a unificação de tributos sociais e maior agilidade na criação de novos negócios.
Segundo ele, se o governo diminuir a sua participação no PIB para poder se concentrar em mais investimentos, a média da taxa de crescimento dos próximos anos pode aumentar cerca de 0,7% a cada 12 meses.