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Com 17 dias de greve, 75,5% dos bancos do Ceará estão fechados

G1

23/09/2016

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No Ceará, greve dos bancários tem adesão de mais de 400 agências, conforme sindicato; paralisação completou duas semanas em todo o país (Foto: Viviane Sobral/G1 CE)
No Ceará, greve dos bancários tem adesão de mais de 400 agências, conforme sindicato; paralisação completou duas semanas em todo o país (Foto: Viviane Sobral/G1 CE)

Com 17 dias de greve dos bancários, 75,5% das agências do Ceará estão fechadas, segundo o Sindicato dos Bancários. De acordo com o Sindibanco, 425 das 562 agências existentes no Ceará não funcionaram nesta quinta-feira (22). Em Fortaleza, a adesão alcançou 202 das 269 agências existentes, enquanto que no interior, das 303 unidades, 223 permaneceram fechadas durante este dia.

Os bancários iniciaram greve no último dia 6 no Ceará por tempo indeterminado, acompanhando a paralisação nacional da categoria.

A Fenaban informa como pagar contas durante a greve dos bancários.

Greve nacional

Em seu 14º dia, a greve dos bancários fechou 13.071 agências em todo o pais, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o que, segundo o sindicato, representa 56% do total e o maior número de agências fechadas já registrado em greves da categoria.

De acordo com o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias instaladas.

Na última rodada de negociação, realizada na quinta-feira (15), não houve acordo sobre o reajuste reivindicado pelos bancários, e o sindicato manteve a orientação pela continuidade da greve. Segundo a Contraf, os bancos reapresentaram a proposta que já haviam feito na reunião de terça-feira (13).

Reivindicações

A categoria havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban - de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.

Os sindicatos alegam que a oferta não cobre a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário. Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial - no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.

A Fenaban disse em nota que "o modelo de aumento composto por abono e reajuste sobre o salário é o mais adequado para o atual momento de transição na economia brasileira, de inflação alta para uma inflação mais baixa".

No 15º dia da greve dos bancários no Ceará, decretada no dia 6 de setembro, em adesão à paralisação nacional da categoria, os clientes seguem enfrentando dificuldades para utilizar os serviços bancários.
Clientes com dificuldade

É o caso da auxiliar administrativa Rosiane de Sousa Silva, 36, que foi até a agência da Caixa Econômica, localizada na Avenida Pontes Vieira, nesta terça-feira (20), em busca de informações sobre o funcionamento do local para realizar o desbloqueio da senha de um cartão, mas descobriu que mais uma vez não teria atendimento com o gerente. "Agora vou ficar impossibilitada de realizar qualquer tipo de transação que precise do cartão, o pior é que nem sei quanto tempo essa greve vai durar", afirma.

O aposentado Afrânio Vieira, 85, também enfrentou problemas ao procurar uma agência do Banco do Brasil. "Tentei sacar um dinheiro, mas o caixa eletrônico estava vazio, então tive que me deslocar no dia seguinte para o mesmo banco e só aí consegui", disse.

Já o marido da dona de casa Aurinete Barbosa da Silva Ferreira, 55, não está conseguindo realizar o pagamento dos boletos que possui e as contas estão ficando atrasadas. "O valor que ele precisa pagar é superior ao que as lotéricas recebem, então não temos outra alternativa a não ser esperar que os bancos voltem a funcionar. Enquanto isso, vamos sendo ainda mais prejudicados, pois os juros continuam correndo".

Reivindicações nacionais

A categoria rejeitou a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) de reajuste de 6,5%  sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. Os sindicatos alegam que a oferta ficou abaixo da inflação projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.

Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.

Segundo a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban, o braço sindical dos bancos), a proposta representa um aumento, na remuneração, de 15% para os empregados com salário de R$ 2,7 mil, por exemplo. Para quem ganha R$ 4 mil, o aumento de remuneração será de 12,3%; e, para salários de R$ 5 mil, equivale a 11,1%. O piso salarial para a função de caixa, com o reajuste, passaria a R$ 2.842,96, por jornada de 6 horas/dia.

Atendimento

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.

Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, entre outros serviços.

Greve passada

A última paralisação dos bancários ocorreu em outubro do ano passado e teve duração de 21 dias, com agências de bancos públicos e privados fechadas em 24 estados e do Distrito Federal. Na ocasião, a Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à reivindicação de 16% da categoria.

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