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Indústria calçadista do CE deve empregar 5% mais

Diário do Nordeste

06/09/2016

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O setor calçadista cearense já sente reaquecimento da atividade neste segundo semestre, de acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados e de vestuários de Juazeiro do Norte e Região (Sindindústria), Antônio Mendonça. Ele avalia que - em ritmo lento - a indústria de calçados parou de demitir e ainda estima que, em 2016, as contratações para o fim de ano devem crescer em torno de 5% ante igual período do ano passado.

Para Mendonça, há uma maior crença na economia. Ele observa que as indústrias estão mais abastecidas de pedidos, com a força do movimento dos últimos meses do segundo semestre. Apesar de considerar que as contratações devem acontecer com mais força a partir do mês de outubro, o presidente do Sindindústria diz que já estão havendo contratações para o período. "Geralmente, essas contratações acontecem no último trimestre do ano. Daqui para a frente, a tendência é voltar o crescimento", destaca.

Com boas expectativas, ele acredita que a tendência é uma retomada do crescimento. "Ano passado nós encerramos com demissões. Foi o meio da crise mesmo. Estamos acreditando que vai haver um aquecimento da economia nacional e que o governo irá jogar dinheiro no mercado", aposta Mendonça.

Pares embargados

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o Ceará fechou os sete primeiros meses de 2016 com 25 milhões de pares de calçados embarcados para o exterior, por US$ 136 milhões, números que representam uma queda de 4,7% em volume e retração de 2,1% em receita no comparativo com igual período do ano anterior.

Para o Ceará, o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, pondera que certamente haverá algum impacto, caso a moeda não se recupere. No entanto, ele avalia que as exportações do Estado estão bastante concentradas em produtos que tem diferencial em relação ao total das exportações.

"As sandálias tem tido receptividade muito forte no mercado, então isso pode resultar em um comportamento um pouco diferenciado em relação ao total, mas ainda é cedo para avaliar o efetivo impacto e qual será o volume desse impacto", afirmou.

Em julho, as exportações de calçados produzidos no Brasil caíram tanto em pares (-9,4%) quanto em dólares (-1,9%) no comparativo com igual mês de 2015. Foram embarcados 8,6 milhões de pares, que geraram US$ 78,6 milhões. Com os resultados de julho, os exportadores nacionais acumularam 66,5 milhões de pares embarcados nos sete primeiros meses do ano, o que gerou US$ 530,1 milhões. Os números são 1,5% superiores em volume 2,6% inferiores em receita ante igual período de 2015.

Sem boas expectativas

Para Klein, a volatilidade da moeda brasileira tem impactado fortemente nas exportações. "Nós tínhamos uma expectativa muito positiva com relação a esse ano por conta da recuperação da taxa de câmbio, mas infelizmente isso não se concretizou com a velocidade que esperávamos. A valorização do real elevou os nossos preços perante os concorrentes", explica.

Ele frisa que as expectativas para o próximo ano ainda não são boas. "Porque não aconteceu uma recuperação da taxa de câmbio ainda, portanto, isso não faz com que consigamos ter preços melhores e isso afasta os clientes, mas ainda é cedo para prever o que virá pela frente. "Só será possível avaliar depois que tudo ficar mais claro", analisa.

Atualmente, os Estados Unidos são o principal comprador do produto brasileiro, com 703 mil pares de calçados por US$ 18,5 milhões em julho. Entretanto, o total representa quedas de 18% em volume e 1,6% em receita no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Com isso, no acumulado dos sete meses, os norte-americanos somaram 7 milhões de pares comprados por US$ 121 milhões, números superiores tanto em pares (18,2%) quanto em valores (14%) na relação com igual ínterim de 2015.

Um calçado para Temer

A popularidade do presidente Michel Temer está em alta na China. Desde que decidiu ir às compras no maior shopping center de Hangzhou, onde participa da cúpula do G-20, o líder brasileiro virou assunto nas redes sociais chinesas. Temer foi flagrado e fotografado por internautas quando escapara do hotel onde está hospedado para comprar um par de sapatos e um cachorro robô que recebe comandos, canta, dança e fala chinês, ambos made in China.

Mas o sucesso na China não repercutiu bem no Brasil. Nas redes sociais, internautas criticaram a compra, lembrando que a indústria brasileira de calçados sofre com a concorrência chinesa. O presidente da Abicalçados quis evitar polêmica: "Não vejo nenhum problema. O presidente está na China, precisou de sapato, comprou. Não há nenhum constrangimento, nenhuma sensação de tristeza nem mal-estar", disse Klein, para em seguida afirmar, porém, que pretende presentear o presidente com um par nacional.

"Na próxima oportunidade, vou levar um calçado brasileiro para ele verificar que há calçados brasileiros de qualidade. Ele já sabe disso. Inclusive, ele é de São Paulo, um polo importante de calçados, especialmente masculinos", afirmou Klein.

'Meu salto quebrou'

Fabricado na cidade de Foshan, o sapato novo do presidente custou o equivalente a R$ 390, o que, de acordo com os clientes do shopping teria sido uma grande pechincha, porque o modelo de luxo já saiu de linha. O preço original era de quase R$ 1.200. Segundo a página da marca na internet, ela "é derivada de Florença, na Itália". Ao saber que o presidente do Brasil havia estado ali, segundo relatos de comerciantes à imprensa chinesa, locais trataram de garantir sapatos semelhantes. No final do dia, Temer explicou o motivo da compra: "Meu sapato quebrou o salto. Tive que comprar outro".

Concorrência desleal

O Brasil acabou de renovar, em março deste ano, a aplicação de direitos contra concorrência desleal (dumping) para calçados produzidos na China. Cada par de sapatos chinês importado para o Brasil paga uma sobretaxa de US$ 10,22 ao entrar no país. A medida vale até 2021. Desde 2010, o Brasil tem medidas contra preços desleais praticados pelos calçados chineses.

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