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Greve deixa postos do Ceará sem combustível

Diário do Nordeste

19/08/2016

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Iniciada oficialmente na última segunda-feira (15), a greve nacional da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras que transporta os combustíveis para os postos que possuem a bandeira da estatal, tem afetado vários estabelecimentos do Ceará, que já estão enfrentando sérios problemas com seus respectivos estoques. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado (Sindipostos-CE), cerca de 10 postos da Capital e Interior já estão totalmente sem combustível.

Conforme o presidente do Sindipostos-CE, Antônio Machado, a distribuição de combustível no Ceará foi cessada por completo na terça-feira (16). "Na madrugada, entre às 2h e 8h, alguns postos ainda receberam o produto, mas logo o fornecimento acabou. Quem não tinha estoque, ficou sem combustível", conta.

Programada para durar cinco dias, a paralisação dos funcionários da BR distribuidora está prevista para ter um fim hoje, mas, segundo Antônio Machado, a situação só deve ser inteiramente normalizada na próxima segunda-feira (22). "Até hoje (ontem), já são três dias sem abastecimento. Isso acaba prejudicando, principalmente, as cidades do Interior. Em alguns municípios, só existe um único posto. Se ele for bandeira BR e estiver sem combustível, por exemplo, aquele município estará completamente desabastecido", alerta o presidente do Sindipostos-CE.

Somente a Região Metropolitana de Fortaleza conta com 181 postos com bandeira BR, informa Machado. Com a greve, todos eles estão sendo afetados de alguma forma. "Alguns ficam sem gasolina, outros sem diesel, e há até quem fique sem nenhum tipo de combustível", destaca. A rede Petrobras, diz o presidente, é a que possui mais estabelecimentos em todo o Ceará.

Prejuízo

Além de prejudicar os consumidores, que correm o risco de não encontrar combustível para abastecer seus veículos, a greve da BR Distribuidora prejudica vários donos de postos no Ceará. "A cada três dias sem combustível, o prejuízo já é da ordem de 10%", informa Antônio Machado. Segundo ele, o setor já está preocupado com um paralisação em setembro, já sinalizada pela subsidiária da Petrobras.

"Estamos em constante contato com a Petrobras e ANP (Agência Nacional do Petróleo) para minimizar as possibilidades de uma nova paralisação", diz.

Protesto

A greve nacional é um protesto contra a decisão da estatal de vender parte da subsidiária. No modelo de venda da BR, haverá uma estrutura societária que envolverá as classes de ações ordinárias e preferenciais, de forma que a Petrobras permaneça majoritária, mas com participação de 49% no capital votante. Os funcionários entendem que está havendo uma privatização. 

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