Dentro do orçamento de alimentação, que foi mais pressionado no último ano, o cidadão fortalezense também está tendo que arcar com um café da manhã mais caro. Os principais itens da refeição subiram, em média, 11,87% desde janeiro até julho, conforme levantamento elaborado pelo Diário do Nordeste a partir do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média é superior à inflação calculada para o período em Fortaleza, de 6,1%.
Os grandes vilões da cesta de café da manhã foram: a manteiga, que aumentou 46,69% no ano; a banana-prata, que subiu 34,66% no mesmo período; o açúcar cristal, 20,26% mais caro; o açúcar refinado, com alta de 19,93%; e o leite tipo longa vida, com 19,17% de elevação. Já entre os aumentos mais discretos estão o bolo, que subiu 2,92% no ano; o iogurte e bebidas lácteas, 3,32% mais caros; o ovo de galinha, com alta de 3,82%e o biscoito, que aumentou 4,24%. O único item que reduziu de preço foi o pão doce, cuja deflação foi de 1,72%.
De acordo com a economista Bruna Frazão, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a manteiga e o leite sofreram aumento principalmente por conta da redução da oferta do produto no País, o que, com a manutenção da demanda, provocou a elevação do preço. Já o aumento da banana-prata está relacionado à redução da produção no Estado, afetado por conta da escassez de água.
Ela avalia que o impacto dos preços sobre o café da manhã do fortalezense é o mesmo da alimentação como um todo, em que a proporção da renda dedicada a esse segmento aumenta progressivamente. "As famílias estão diminuindo os itens que são mais caros. É preciso alertar para que as pessoas pesquisem os valores dos produtos nos supermercados, porque a diferença de preço é muito grande entre um estabelecimento e outro".
Nacional
Conforme a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o café da manhã está mais caro para o brasileiro. Os principais itens da cesta subiram em média 22% em 12 meses, segundo o balanço de julho de 2016. O resultado está muito acima da inflação apurada pelo IPC/FGV, que teve elevação de 8,37% no mesmo período. Os vilões foram: açúcar cristal, com aumento de 56,72%; leite tipo longa vida, que subiu 43,72%; e manteiga, 41,68% mais cara. Já os aumentos mais discretos foram de bebidas de soja (7,13%), pão de forma diet/light (7,74%) e mortadela (8,85%).