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Atraso na entrega de boletos prejudica comércio cearense

Diário do Nordeste

10/08/2016

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Além de prejudicar os consumidores, o atraso e o extravio de correspondências pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) também tem afetado o varejo cearense, que depende do serviço para enviar boletos de pagamento e encomendas aos clientes. Na segunda-feira (8), os Correios se comprometeram a regularizar a situação dos consumidores dentro do prazo de 20 dias úteis acordado com o Procon Fortaleza.

De acordo com Cid Alves, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), muitos proprietários de estabelecimentos na Capital têm precisado lidar com atrasos de pagamentos por parte de consumidores que não receberam o boleto antes do vencimento e, até mesmo, com a situação de não poder pagar aos fornecedores na data correta por ausência do documento.

"Os lojistas têm sido penalizados por algo que não é de responsabilidade deles, mas que é ocasionado pela insegurança", reclamou o presidente. Ele destaca que, embora o problema possa ser solucionado pelo envio de boletos de maneira virtual, muitos empresários de pequeno porte e clientes de classes mais baixas, mais velhos ou de zonas mais distantes não têm fácil acesso a meios informatizados,

Alves aponta que tanto os consumidores como os lojistas que foram prejudicados pelo atraso na entrega de correspondências terão de reivindicar seus direitos a órgãos de defesa. Segundo o presidente, a maioria dos empresários irá reconhecer que os clientes não tiveram culpa e não irá penalizá-los por conta do atraso do pagamento.

"Não sei no caso dos bancos mas, pelo menos em relação aos lojistas, eles estarão abertos à negociação (dos juros e da multa por atraso no pagamento) de cada caso dos consumidores", destacou o presidente.

Prejuízo

Segundo Cláudia Brilhante, diretora institucional da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), o prejuízo é ainda maior para os comerciantes de pequeno porte e para o e-commerce. "Muitas vezes as empresas maiores possuem telemarketing e um relacionamento melhor com o cliente, oferecendo alternativas. As menores ainda dependem muito do boleto", pontuou.

Ela ressalta, entretanto, que o problema pode ser visto como uma oportunidade de as empresas elaborarem alternativas para manter suas atividades sem depender tanto do serviço dos Correios. "O empresário deve começar a vislumbrar a realização do serviço por uma transportadora, por exemplo. Esse atraso é um problema sério que aparece já em meio a um cenário difícil de crise econômica", destaca Brilhante.

Em nota, os Correios afirmaram que, para resolver o problema dentro do prazo estipulado, têm adotado medidas como a realização de horas extras durante a semana e de trabalhos de distribuição aos sábados, além do apoio de empregados das áreas administrativas em atividades operacionais. "A estatal também já retomou o processo de contratação de empresa para prestação de serviços de mão de obra temporária com o intuito de reforçar as equipes de distribuição", informou.

Conforme matéria publicada pelo Diário do Nordeste na edição de ontem, a estatal poderá pagar multa de até R$ 11 milhões caso não regularize a situação de mais de 9 mil encomendas nos próximos 18 dias úteis. Segundo dados do Procon Fortaleza, as denúncias contra os Correios aumentaram em quase sete vezes no primeiro semestre deste ano, passando de nove de janeiro a julho do ano passado, para mais de 60 no mesmo período deste ano.

Segundo informações do Procon Fortaleza, a estatal também assumiram o compromisso de resolver as demandas individuais de seus consumidores, tanto dos que registraram denúncias ao órgão quanto dos que procuraram os centros de distribuição de encomendas. Para resolver as demandas, o Procon vem marcando audiências individuais entre a empresa e seus usuários.

Direitos

A estatal deve indenizar os clientes em situações como atrasos nas entregas e extravios. Em casos como esses, os consumidores devem registrar uma reclamação no "Fale com os Correios", pelo número 0800-725-0100 ou pelo site www.Correios.Com.Br/falecomoscorreios.

No caso de boletos de pagamento, a Proteste Associação de Consumidores recomenta que, se a data estiver próxima e o boleto não chegar a tempo, o consumidor entre em contato com a empresa credora e negocie outro meio para fazer o pagamento (como a emissão de segunda via pela internet, depósito em conta ou envio da fatura por fax ou e-mail). Se não disponibilizar outras formas de pagamento, a empresa deve prorrogar o vencimento da conta.

A entidade lembra que o não recebimento da conta na data não isenta da cobrança de multa se o pagamento for feito fora do prazo, já que a greve não é culpa da empresa. Por isso, não se deve esperar o vencimento do boleto e, posteriormente, justificar a falta de pagamento com base na greve. Os valores poderão ser questionados somente se a empresa credora não disponibilizar outra forma de pagamento.
dfs

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