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Cabeleireiro executado por traficantes disse a familiares que tinha medo de morrer

Extra

27/07/2016

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O cabeleireiro Maurício Cosme de Azevedo, de 52 anos, morto brutalmente por traficantes de Santa Luzia, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, na manhã da última sexta-feira, já vinha relatando, há mais de um mês, a familiares que estava com medo de continuar morando e trabalhando na Rua Júlio Lima, no mesmo bairro. Um parente, que pediu para não ser identificado por medo de represálias, relatou ao EXTRA, na tarde desta terça-feira, que há alguns meses, a sensação de insegurança dos moradores da região passou a crescer com a chegada de outros criminosos à comunidade.

— O Maurício sempre foi uma pessoa de bem e muito da paz, mas passou a sentir muito medo, depois que alguns criminosos montaram uma boca de fumo ao lado da casa dele. Ele passou a dizer que estava com medo e não sabia o que fazer. Logo depois, ainda colocaram uma barricada quase em frente à loja dele — comentou o parente.

A Divisão de Homicídios de Niterói (DH) tem como principal linha de investigação a execução. Segundo o delegado Fábio Barucke, titular da especializada, ele só dará detalhes sobre o caso, depois de uma decisão judicial:

— Qualquer coisa que falarmos, pode atrapalhar as investigações — limitou-se a dizer e acrescentou que a DH não está fazendo nenhuma apuração sobre a divulgação do crime: — Estamos focados na investigação desta execução.

Entenda o caso

Segundo testemunhas, na noite da última quinta-feira, os traficantes invadiram a casa do cabeleireiro no mesmo local onde ficava o seu salão, na Rua Júlio Lima, e o levaram dentro de um Renault Clio prata roubado no dia anterior. Ele foi executado no bairro de Guaxindiba, bem próximo de onde morava. Nas imagens da execução gravadas durante o dia, é possível perceber que o homem que fez a filmagem conversa com outra pessoa. Logo depois do assassinato, uma voz aparece na gravação alertando para que o atirador recolhesse as cápsulas.

De acordo com o delegado adjunto da DH, Marcus Amim, testemunhas que já foram ouvidas relataram que o cabeleireiro era morador antigo do bairro e que tinha ficado chateado depois que os criminosos colocaram uma barricada em frente ao seu salão:

— Esses traficantes teriam decretado a setença de morte deste cabeleireiro por acharem que ele era informante da polícia.

Sob o domínio do mal

A marcação do território dominado pelo tráfico no Jardim Catarina, bairro vizinho ao que o cabeleireiro morava, é visível. Quem passa pela Rua Cristiano Figueiras, trajeto de várias linhas de ônibus (inclusive intermunicipais), se choca com a quantidade de ruas paralelas fechadas com barricadas para dificultar a entrada de viaturas da polícia nos pontos de venda de drogas.

Um morador do bairro que não quis se identificar diz que a rotina de quem vive na comunidade é de puro terror:

— Estamos vivendo aterrorizados com as ameaças diárias desses bandidos.

Uma dona de casa, moradora do bairro, disse que, além das pichações com ameaças e das barricadas, os criminosos também instituíram a “lei do pisca alerta”:

— À noite, o motorista que passa sem o pisca alerta ligado pode tomar um tiro.

Segundo a PM, uma operação para retirada de barricadas foi realizada nesta segunda-feira, em Santa Luzia. Já nesta terça, a polícia prometeu fazer o mesmo serviço no Jardim Catarina. E acrescentou que um levantamento minucioso está sendo realizado pelo 7º BPM (São Gonçalo) para identificar outras áreas na cidade.

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