Diário do Nordeste
30/06/2016
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Goiás deflagraram uma operação na manhã desta quinta-feira (30) que mira num esquema de fraude na licitação e pagamento de propina a ex-servidores da Valec referentes às obras de ferrovias federais.
Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva em Goiás, Distrito Federal e outros 7 Estados, entre eles o Ceará.
Em Fortaleza, houve busca e apreensão, além de condução coercitiva tendo como alvo um dos diretores da empreiteira Queiroz Galvão. A reportagem entrou em contato com a empreiteira e aguarda posicionamento sobre a operação da PF desta quinta.
Os investigadores identificaram a participação de pelo menos 16 empresas num cartel que atuou na construção das rodovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste, no período entre 2000 e 2010.
A ação desta quinta, batizada de Tabela Periódica, é a segunda fase da Operação O Recebedor, deflagrada em fevereiro e que mirava o mesmo esquema. Na ocasião, a PF apurou que as empreiteiras desviaram R$ 630 milhões das obras da ferrovia Norte-Sul.
Desta vez, a PF e o Ministério Público aprofundaram os trabalhos a partir das informações prestadas pela construtora Camargo Corrêa como parte de um acordo de leniência firmado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
De acordo com a PF, as diligências têm por objetivo "recolher provas adicionais do envolvimento de empreiteiras e de seus executivos na prática de cartel, fraude em licitações e pagamentos de propina a ex-diretores da Valec".
"Foram obtidas informações de que as bases da conduta anticompetitiva podem ter sido formadas já na fase preliminar do cartel, antes do ano de 2000, por meio da inserção de disposições nos editais das licitações destinadas a restringir a competitividade dos certames", diz a PF.