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Arroz deve seguir a alta do feijão e deixar prato feito mais caro

24/06/2016

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Não é apenas o feijão que virá com preços ainda mais salgados para o consumidor nas próximas semanas. O arroz segue o mesmo caminho.

O preço elevado do cereal está sendo determinado por produção menor, custos maiores nas importações e margem maior de comercialização a ser imposta pelo varejo.

Recessão e desemprego tiram boa parte dos consumidores dos produtos de maior valor e os empurram para os básicos. Perdendo vendas e margem nos primeiros, o varejo impõe taxas maiores de ganhos nos segundos.

Vlamir Brandalizze, especialista em arroz e feijão, diz que as margens de varejo para o pacote de arroz, que eram de R$ 1 a R$ 2 por pacote de cinco quilos, deverão subir para R$ 3 a R$ 3,5.

No caso do feijão, as margens sobem de R$ 1 a R$ 2, por quilo, para R$ 3 a R$ 5. É uma maneira de as lojas de varejo buscar um equilíbrio de contas devido à queda de vendas em outros setores, afirma o analista.

No ano, o arroz acumula, até maio, alta de 4,07%, praticamente a mesma variação do IPCA (4,05%).

Os motivos da alta de preços do arroz não diferem muito dos da elevação do feijão. Área e produção serão menores nesta safra 2015/16.

O país destinou 1,99 milhão de hectares para a produção de arroz neste ano, 14% menos do que em 2014/15. A produção na safra 2015/16 recuou para 10,7 milhões de toneladas, ante 12,4 milhões de toneladas na anterior.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) prevê o consumo nacional em 11,5 milhões de toneladas.

GAÚCHOS

O Estado que mais pesa na produção brasileira de arroz, o Rio Grande do Sul, foi um dos que reduziram área.

Os gaúchos plantaram 1,08 milhão de hectares na safra 2015/16, queda de 4% em relação à safra anterior. A safra do Estado cai para 7,5 milhões de toneladas neste ano, 13% abaixo da de 2014/15, segundo dados da Conab.

Brandalizze prevê safra ainda menor no Estado, próxima de 7,3 milhões de toneladas.

As lavouras gaúchas tiveram redução forte no volume neste ano porque a produtividade da região, devido a problemas climáticos, caiu 15%.

Um dos diferenciais deste ano em relação aos anteriores é que a Conab está sem estoques de arroz. O mais recente levantamento indica apenas 215 mil toneladas, ante volumes de 1 milhão a 2 milhões de toneladas nos anos anteriores. O país consome 32 mil toneladas por dia.

Além disso, as importações encareceram. Os preços externos, que estavam perto de US$ 200 por tonelada, já chegam a US$ 250 e podem ir US$ 300, diz Brandalizze.

O que deve salvar um pouco o mercado interno é que os países do Mercosul produzem arroz já tendo como meta exportações para o Brasil.

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