Locação comercial fica mais acessível e abre renegociação

Diário do Nordeste

16/06/2016

Setores fortes no Ceará, o comércio e os serviços foram duramente impactados pela crise econômica acompanhada da crise política que acometeram o País. Com isso, o aluguel de imóveis comerciais sofreu em rentabilidade com a evasão que houve em decorrência do fechamento de lojas e outros estabelecimentos. Para quem deseja alugar um espaço cresceram as opções e os preços ficaram mais acessíveis na Capital cearense. Também ficou mais fácil renegociar o valor do aluguel no fim do contrato.

Mas o empresário ressalta que, apesar desse movimento de evasão ter ocorrido, ele considera que teve bem menos força no Ceará perante o resto do País. "O eixo Sul e Sudeste sofreu muito, principalmente por ser muito industrial e isso tem uma relação com as altas taxas de desemprego. As pessoas deixam de consumir e os estabelecimentos acabam fechando".

Entretanto, para Belchior, já se percebe um movimento contrário e que as perspectivas são de melhora no setor. "Após essa virada de página no panorama político, o empresário está mais confiante", explica, ponderando ainda que, quando o mercado está mais ofertado, a tendência é de queda nos preços, mas que "esse movimento já aconteceu e o que está sendo ofertado já está com condições de preço bem interessantes", afirma.

Impacto varia por bairro

Belchior afirma ainda que o reflexo da demanda elevada no mercado varia. "Depende do caso, porque dentro do conceito de locações comerciais nós temos o galpão, a loja, casa comercial, conjuntos comerciais e as salas. Tem bairros que são mais impactados, outros menos", diz.

"Vários empreendimentos fecharam, houve demissões, enxugaram custos... Às vezes o empresário muda de bairro. Se levarmos em consideração as salas comerciais, por volta de fevereiro e março, houve uma queda entre 18% e 20% nos preços", completa Belchior.

Aquisição favorável

O gerente de locação da Seta Imobiliária, Raí Vasconcelos, também reconhece que a oferta das locações comerciais aumentou. "Cresceu devido à saída dos inquilinos, mas também há o fator aquisição (pelos proprietários)". Ele explica que, atualmente, está mais vantajoso adquirir o imóvel para quem conseguiu salvaguardar reservas.

"Em 2014, na época da Copa, muitos imóveis foram supervalorizados, ficaram em um valor bem alto e as compras pararam. Hoje, não é que eles tenham se desvalorizado, mas estão sendo vendidos sem a especulação imobiliária daquele período, então hoje você compra imóvel por um preço de 20% a 30% mais barato que na época da Copa", avalia Vasconcelos.

De outro lado, as dificuldades para se manter no imóvel estão levando inquilinos e locatários a renegociar valores antes de desocupar o imóvel comercial, de acordo com Freitas Cordeiro, presidente da FZ Imóveis. "Tem acontecido uma evasão bem forte, porque as empresas estão realmente passando por um momento de dificuldade", admite.

Bons inquilinos

A busca pela redução do preço tem sido recorrente e, de acordo com Freitas, a imobiliária faz uma avaliação sobre o preço do aluguel no mercado.

"Se for o caso de reduzir, a gente faz essa renegociação, porque não adianta perder um bom inquilino. No entanto, existe um grande número de locações que não estão permitindo o reajuste", acrescenta.

Salas

Raí Vasconcelos, da Seta, acredita que as salas comerciais não têm sofrido tanto com os resultados ruins do comércio que levam muitos a evadir as locações. "Há uma boa oferta de salas comerciais para locação, mas não há tanta evasão, porque a sala comercial geralmente é mais procurada para consultórios, escritórios de advocacia e essa área não tem tanta baixa como o comércio teve", assinala.

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