Com emoção até o último instante, o Real Madrid conquistou pela 11ª vez o título da Liga dos Campeões. Maior vencedora do torneio, a equipe merengue precisou das cobranças de pênaltis para bater o rival Atlético de Madrid, após 1 a 1 no tempo regulamentar. Para a infelicidade dos Colchoneros, o lateral Juanfran, que fez boa partida, acabou mandando na trave a sua cobrança. Em seguida, Cristiano Ronaldo marcou o seu e deu o título aos Blancos.
O português teve a honra de bater o último pênalti, terminou como artilheiro da Liga dos Campeões, com 16 gols, mas em campo ele esteve apagado, bem aquém do que rendeu durante a competição. Sergio Ramos fez novamente sobre o Atlético, também de cabeça, mas Carrasco empatou na segunda etapa, dando mais emoção à decisão, que foi disputada no Estádio San Siro, em Milão.
O Atlético de Madrid entrou em campo com uma mudança na defesa. Simeone colocou Savic no lugar de Giménez, apostando no melhor aproveitamento do montenegrino nas bolas aéreas. O treinador argentino tinha ciência que o Real era perigoso no quesito. E o Cholo tinha razão.
O Real tinha dificuldades para sair da marcação do Atlético nos primeiros minutos e apostou exatamente nas jogadas pelo alto. Benzema perdeu um gol incrível após falta cobrada por Bale, mas Oblak apareceu como uma parede em sua frente.
Infelizmente para o Colchonero, o raio caiu duas vezes no mesmo lugar. Kroos bateu falta pela esquerda, Bale desviou e Sergio Ramos, impedido, abriu o placar. O zagueiro também foi o algoz do Atlético na final da Champions em 2013/14, ao empatar nos acréscimos a partida, que acabou com vitória merengue por 4 a 1.
Em desvantagem, o Atlético teve que sair para o jogo, mudando um pouco sua postura habitual de esperar o adversário. O Real mostrava também que sabe se defender, com Casemiro - um gigante na marcação -, Kroos e Modric, e Cristiano Ronaldo e Bale fechando os espaços pelas pontas.
Griezmann passou a ser mais acionado, levando perigo ao gol de Navas com duas finalizações. Mas era pouco para furar a bem montada defesa do Real Madrid.
Sem alternativas, o Atlético voltou mais ofensivo para o segundo tempo, com a entrada de Carrasco no lugar de Augusto Fernández. E a postura mais incisiva deu resultado logo aos dois minutos, quando Pepe derrubou Fernando Torres na área. Griezmann encheu o pé na cobrança, mas a bola foi caprichosamente no travessão.
A pressão do Atlético ficou cada vez mais intensa, com dois homens abertos pelas pontas: Griezmann pela direita e Carrasco pela esquerda, com Torres centralizado. A equipe atacava por baixo, por cima, e levava perigo por todos os lados. Em cobrança de escanteio, Godín desviou e Savic quase empatou. Os volantes do Real já não marcavam como no primeiro tempo e não conseguiam acompanhar o rápido time colchonero.
Aos poucos, o Real passou a colocar a bola no chão, apostando na experiência e na qualidade técnica para segurar o Atlético. E passou a utilizar as armas comuns do Colchonero. Em contra-ataque, Modric deixou Benzema na boa, mas Oblak segurou o chute do francês.
Pensando nos contra-ataques, Zidane tirou Benzema e lançou o jovem Lucas Vázquez. E a mudança deixou o Real mais veloz. Em jogada pela esquerda, Cristiano Ronaldo perdeu gol feito, chutando em cima de Oblak. No rebote, Bale chutou e o zagueiro tirou em cima da linha.
E o ditado mais famoso do futebol entrou em ação. Enquanto o Real martelava e perdia chance atrás de chance, quem chegou ao gol foi o Atlético. Gabi deu lindo lançamento para Juanfran, que cruzou na medida para Carrasco empatar.
O gol do Atlético forçou a prorrogação. As duas equipes sentiram muito o desgaste físico, principalmente o Real Madrid. Bale foi visto algumas vezes no chão com câimbras e Cristiano Ronaldo sentia o cansaço evidente. No segundo tempo do tempo extra, Filipe Luís sentiu uma lesão muscular e foi substituído, podendo ser um problema para a Seleção Brasileira para a disputa da Copa América. Com o jogo amarrado e as duas equipes esgotadas, o jogo foi para os pênaltis.
O Real Madrid foi perfeito em sua cobranças. Lucas Vázquez, Marcelo, Bale e Sergio Ramos haviam marcado para os Merengues quando Juanfran foi para a cobrança. Para desespero dos Colchoneros no Estádio San Siro, o lateral mandou na trave. E viu o astro Cristiano Ronaldo deslocar Oblak para decretar o 11º título da Champions ao arquirrival. O Atlético de Simeone foi valente, mas acabou perdendo o troféu nos detalhes. Festa branca em Madri!