COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

Subsídio para RUSSSASFEST: não têm médicos, não têm remédios, mas tem Lepo-lepo. Animação meu povo!

Carlos Eugênio

20/11/2017

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O alarido dos gestores públicos chega a ser unanime: crise, crise, e mais crise... E em Russas, não é diferente. Ou é? Bem, a se levar em consideração que o prefeito Weber Araújo destinou uma subvenção de R$ 30 mil para o RUSSSASFEST, com a anuência de quase todos os vereadores, seria temeridade falar que a Prefeitura passa por algum problema financeiro. 
     
O Caixa das secretarias da saúde, educação, infraestrutura, entre outras, deve está “abarrotado” de dinheiro. Caso contrário, seria muita incoerência destinar recursos ao setor privado diante de alguma dificuldade econômica. 
    
Essa “constatação” cabe algumas reflexões. Por que os professores só tiveram, apenas em outubro, o reajuste de 5% do piso salarial, já que o MEC garantiu um percentual bem maior desde janeiro do ano corrente? Por que a população reclama de tanto buraco nas estradas vicinais? Por que faltam medicamentos nos mais diversos postos de saúde? Onde estão os médicos que deveriam atuar nesses postos? Por que não estão oferecendo assistência necessária as pessoas carentes que procuram o setor social? 
    
Ah, mas se os russanos estão inconformados com a falta de médicos e medicamentos, se estão sofrendo com as estradas esburacadas, se algum pobre padece com o descaso do setor social – anime-se – tem Lepo-lepo na avenida. 
     
É óbvio que o valor doado a micareta não resolveria os problemas que afligem a população de Russas. Também é verdade quando se afirma que esse recurso não poderia ser destinado à saúde, educação, ou infraestrutura, já que é uma dotação orçamentária destinada a secretária de cultura. No entanto, precisava ser em beneficio de um evento particular? Não tinha outra forma de investir na cultura russana? 
     
A promoção de um concurso literário com os alunos das escolas municipais, tendo como finalidade a edição e impressão da obra, gastaria menos de um terço desse valor, fomentaria a literatura regional, revelando, assim, novos talentos na arte da escrita, e incentivando a leitura. Outra forma interessante de investimento cultural seria o resgate da cultura popular na valorização dos violeiros, tão desprezados pela atual gestão municipal. 
     
Os vereadores que justificaram a aprovação da subvenção para a micareta alegando que o recurso não poderia ser destinado à outra ação, seus pensamentos foram tão limitados quanto o gestor Weber Araújo. Eu poderia aqui citar dezenas de ações ligadas à cultura e a arte, que não beneficiasse apenas um grupelho promovedor do Lepo-lepo. Portanto, acertou o vereador João Paulo, quando se negou votar favorável a essa farra com o dinheiro público. 
     
Estão debochando da sociedade, que sofre com os desmando da gestão Weber. 
     
Mas quem não tem carro, quem não tem teto e já não sabe mais o que fazer com as contrariedades de uma administração que tem como prioridade cuidar mal das pessoas, pode ficar atrás das tábuas que cercam a avenida, e afogar os transtornos ao som do Lepo-lepo.

Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

Carlos Eugênio

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