ERA UMA VEZ CANOA QUEBRADA...

Hildeberto Aquino

10//2/10/1

O mundo começa a despertar para a preservação da natureza. Ótimo! Ainda acho que tardiamente! Não dá mais para os que exploram áreas protegidas, ou que deveriam ser, sobrepujem seus interesses e, pior, quando meramente mercantilistas, aos interesses do bem da coletividade. É a Terra que padece e por decorrência a humanidade, vítimas dessas explorações descomedidas onde querem, a todo custo, que o lucro prevaleça sobre tudo, mesmo porque, no caso específico, os ocupantes são meros permissionários já que as áreas ocupadas pertencem, constitucionalmente, à Marinha. Mas também temos que convir que a lei só tem sentido e efetividade se direcionada ao bem do homem, sua razão de ser e não apenas sirva para coibi-lo de todas as formas. Não tem cabimento lei por lei! O homem e a convivência harmoniosa é o seu princípio maior. Ela, mesmo que rígida, imperativa e pela qual devam se reger os versados incumbidos de zelar pelo estrito cumprimento das mesmas, ainda assim cabe racionalidade e bom senso ao aplicá-la. Nos caso específico da retirada das barracas em Canoa Quebrada, como também na Praia do Futuro, caberia, primordialmente, negociação e uma análise profunda sobre como conciliar os interesses de ambas as partes. Padronizar, arborizar e preservar seriam as condicionantes! Se houvesse a concessão para exploração, ao permissionário caber-lhe-ia inclusive coibir agressões e responsabilidade pecuniária e penal pelos danos ocorridos no espaço ocupado e imediações. À falta dessa concepção conciliadora e harmônica perdemos todos e, para ter efetividade e ser justo, deveria se extensiva a todo o litoral. Que se acabem os privilégios, mas com equidade! Agora, nem Fortaleza será mais bela, nem Canoa uma referência internacional!

J. HILDEBERTO JAMACARU DE AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br
Corretor e Articulista

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