Carlos Eugênio
01/02/2017
Não, meus caros leitores... Os gestores públicos não podem negar o reajuste do funcionário público, alegando a crise econômica. Entenda por quê. A PEC do teto dos gastos não foi motivo para que a União negasse o reajuste de oito categorias de servidores federais. Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, o aumento de despesas foi tratado de acordo com os critérios definidos pela PEC.
Se o governo federal reajustou o salário de seus servidores, por que, então, estados e municípios negariam reajustes salariais? Não há motivos para isso, caríssimos leitores. A questão é simples. E o próprio ministro da Fazenda dá a dica govenadores e prefeitos: qualquer aumento de despesa, como por exemplo, reajustes do funcionalismo, deverão ser compensados por outras despesas públicas. Basta, então, que se cortem os gastos supérfluos, se apliquem os recursos corretamente e com honestidade.
Portanto, a crise econômica não é motivo para prefeitos e governadores, não garantirem a valorização salarial do funcionalismo público. Tudo é questão de lógica. A matemática está na natureza das coisas, e precisa ser levada a sério pela gestão pública. Os gastos públicos devem ser direcionados as questões prioritárias. E as prioridades precisam ser discutidas e postas em prática, a partir da aprovação da PEC 55 e das medidas de ajuste econômico que estes gestores deverão adotar.
Não pode ser diferente. Estados e municípios também devem ajustar as contas, com esse propósito. E isso não deve ser considerado como uma medida negativa. Nem muito menos servir de desculpas fajutas, para não valorizar o salário do funcionalismo.
Então, o gestor que vier com alegações cretinas, declarando que não pode aumentar o salário dos servidores devido à crise econômica, estará comprovando sua incompetência administrativa, entre outras coisas que a população precisa saber. Afinal, a sociedade deve levantar suspeita desse administrador. O dinheiro do povo está sendo aplicado de forma correta? O que está causando o descontrole nos gastos: incapacidade de gerir o bem público, ou malversação dos recursos? E não se pode agir diferente, diante dessa situação! O MP também precisa ficar atento a essas questões de cunho social.
Todos esses questionamentos são pertinentes, perante declarações hipócritas com relação ao reajuste do funcionalismo do setor público. Afinal, não se pode jogar nos ombros dos servidores, uma dívida que não lhe pertence, enquanto gestores com atitudes vagabundas continuam usufruindo o patrimônio público.