COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

Greve e inércia na educação

Carlos Eugênio

17/05/2016

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     A crise bateu a porta da educação pública. Mas a categoria de professores do Estado, não está disposta a pagar uma divida que não lhe pertence. Por outro lado, surge à incógnita: será que estão se aproveitando do caos econômico que o país atravessa, para travar, ainda mais, essa área que sempre foi tão desprestigiada? Não tenha dúvida disso, prezado leitor. 
     Somente com a permanência de um povo inculto, pode-se manter a população de joelhos, frete ao poder. O sistema educacional brasileiro sempre foi subserviente. Ou alguém acredita que essa gente que ocupa os gabinetes governamentais, tem algum interesse em ofertar uma educação que possa tornar essa nação consciente de seus direitos? É óbvio que não existe esse intuito.     
     A insatisfação dos professores, não poderia fugir a regra. A categoria reivindica reajuste de 12,67%, entre outros itens de melhorias no ensino público. Vale ressaltar, que essa reposição salarial, deveria ter ocorrido em 1º de janeiro. Mas o governador Camilo Santana (PT) alegou que, apenas em junho, poderia apresentar uma posição sobre a remuneração dos docentes. Não deu outra, caríssimo leitor, mais uma greve na educação pública do Estado. 
     As adversidades frente ao magistério, já levaram 2631 professores da rede pública do Estado e do Município de Fortaleza, a abandonarem a profissão, de janeiro de 2013 a agosto de 2015. Um dado estarrecedor, não é mesmo? Mas os gestores públicos fingem não enxergar a gravidade do problema.            
     Um governo que, até então, dá um calote nos estudantes, vai ter algum respeito pelos professores? Evidente que não! Explico. A Secretaria de Educação do Estado do Ceará (Seduc) prometeu premiar com um notebook, cada estudante que alcançasse no Sistema Permanente de Avaliação de Educação Básica do Ceará (Spaece) e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma determinada média estipulada pela própria secretaria. 
     A Lei nº 14.483, de 2009, reformulada em 2012, de nº 14.691, garante o prêmio. A promessa foi feita em 2013. Três anos, portanto, já se passaram, e aproximadamente 17 mil alunos foram enganados, até então, pela Seduc. A secretaria, em ultima nota a imprensa, afirma que o problema está no processo licitatório. Sugiro que o sindicato ponha essa situação na pauta de reivindicações, já que a greve não se restringe a questão salarial.
     A inércia tomou canta da educação pública do Estado. A contrapartida do governo, em reunião com representantes da APEOC, na tentativa de barrar a greve, foi medíocre. É obvio que os professores não aceitariam a proposta que, em linhas gerais, significaria um acréscimo no salário, que gira em torno de R$ 100 por mês. O governo tentou por umas moedinhas no bolso dos profissionais do magistério, em nome da crise politica e econômica. Mas essa fatura não é dos professores.
     “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.” Albert Einstein, retrata nesse sábio ensinamento, a importância da educação para que se possam abrir novos horizontes, na perspectiva do conhecimento. Essa competência passa pelo trabalho do professor no cotidiano da sala de aula. Esse maestro, que rege o presente, semeando o futuro, não pode ser desrespeito nas prerrogativas primordiais da existência humana: viver com dignidade, conquistada com o fruto de seu trabalho.

Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

Carlos Eugênio

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