COLUNISTAS / HILDEBERTO AQUINO

A crise político-jurídica de um Brasil desgovernado

Hildeberto Aquino

05/05/2016

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Em que pese já haver uma relativa conscientização sobre o caos na nossa política (o que se comenta pelas esquinas) é imperioso que conheçamos a real situação mais aprofundadamente. Atentem bem: Você tem noção de quanto custa um Deputado? Salário de R$ 33.763,00 auxílio-moradia de R$ 4.253,00 ou apartamento de graça para morar, verba de R$ 92 mil para contratar até 25 funcionários; de R$ 30.416,80 a R$ 45.240,67 por mês para gastar com alimentação, aluguel de veículo e escritório, divulgação do mandato, entre outras despesas. Dois salários no primeiro e no último mês da legislatura como ajuda de custo, ressarcimento de gastos com médicos. Esses são os principais benefícios de um deputado federal brasileiro, que somam R$ 168,6 mil por mês. Juntos, os 513 custam, em média, R$ 86 milhões ao contribuinte todo mês. Ou R$ 1 bilhão por ano. (Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br). Desdenhando disse muito apropriadamente o Paulo Maluf (o procurado pela Interpol): "Ser deputado é tranquilo... Faço de conta que trabalho." Em um país sério ele já teria sido cassado. Isto, onde tem Conselho de Ética eficaz. Mas que ética se no Conselho da Câmara cerca de um terço responde processos? São transgressores julgando transgressores. Estamos perdidos de todas as formas e não nos damos conta! Diante da gravíssima crise político-jurídica e moral que atravessamos é revoltante vê-los paralisados horas, dias, semanas, meses sem qualquer deliberação concreta para tirar o País do caos em que se encontra. Nas tais comissões para cassar políticos incontestavelmente corruptos, ladrões do dinheiro público, há uma enxurrada de desperdícios de palavreados que meramente cênicos já que além de redundantes, mentirosos e articulados, ficam a discutir inocuidades sem atentar que o Brasil parou, está a afundar desenfreadamente.
O processo contra o Eduardo cunha já se arrastava há mais de sete meses. Ele e o Renan (presidente do Senado) respondem, cada, por mais de nove processos que de tanto protelados alguns chegam a prescrever. O País não esperar por formalidades inócuas! Por que tantos procedimentos protelatórios e com o intuito apenas senão o de encobrir os fatos que irrefutáveis contra esses bandidos que usam o Poder para se locupletar e o povo que os alçou ao cargo fica relegado a último plano e que nos danemos? E esses crápulas transgressores ainda gozam da prerrogativa do Foro Privilegiado. Vejam em que mãos estamos: Notícia recente dá conta de que o STF afastou do mandato o Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal. Até que enfim! Mas atentem para o substituto que já está sendo investigado na Lava Jato. Já o Temer, que nem assumiu, é enquadrado pela Justiça eleitoral (TRE-SP) na lei de inelegibilidades, não podendo concorrer pelos próximos 8 anos, contando a partir do dia 3 de maio de 2016. Mas não atinge o atual mandato, atentem. Isto tudo sem contar que o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pediu a inclusão para investigação de mais 30 pessoas na operação Lava Jato, entre as quais os até então intocados Dilma, Lula (esse sob acusação de ser chefe de uma organização criminosa que explorou a Petrobras e que jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse), ministros e ex-ministros Eduardo Cardozo, Aloízio Mercadante, Ricardo Berzoini, Edinho Silva, Jaques Wagner e outros. Caberá ao ministro Teori Zacascki, relator da Lava Jato no STF, autorizar a inclusão dos novos suspeitos no inquérito, que já conta com 39 investigados. Se for autorizada a inclusão, a investigação passa a ter como alvo 69 pessoas.
O que ainda nos alenta é que temos uma Procuradoria diligente quanto o são o Juiz Sérgio Moro e a Polícia Federal. Mesmo com esse relevante apoio noticia-se que o Waldemar Costa, condenado no Mensalão a 7 anos e 10 meses, em apenas 1 ano já estava em prisão domiciliar e agora recebeu indulto e está livre da pena como outros. Podemos acreditar que o País tem jeito com esses políticos? Tenhamos pelo menos esperança e expurguemos com o voto consciente!

Hildeberto Aquino

Nascido em Crato (CE). Formação: Língua Portuguesa e pós-graduado em Gestão Escolar. Ex-funcionário do Banco do Brasil, 1972/1997, assumiu em Russas em 1982. Corretor de Imóveis. Articulista (crônicas e poesias). Meu lema: "Indigne-se por você e por todos contra as injustiças, quais forem. Clame, exija, exerça a sua cidadania e não seja mais um abmudo!" José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO

Hildeberto Aquino

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