CONFIRA TAMBÉM
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22/10/2018
Quem afirme que Educação é o melhor caminho, a porta de todas as
profissões, até a salvação de um País está coberto de razão. Mas será
que está ciente, tem um mínimo de noção de como estão estruturadas
nossas escolas - desde a parte física onde se observam cadeiras
quebradas, ventilação e iluminação inadequadas, enfim, precariamente
montadas, quanto negligenciadas pela autoridade pública?
Segundo a
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O
Brasil tem o segundo maior número de estudantes com baixa performance em
matemática básica, ciências e leitura, em uma lista de 64 países de
todo o mundo. Atesta-se que 1,1 de brasileiros dos 12,9 milhões de
estudantes com 15 anos de idade não têm capacidades elementares para
compreender o que leem, nem conhecimentos essenciais de matemática e
ciências. Nossos currículos estão replenos de inutilidades (50% são
plenamente descartáveis sem prejuízos de um ensino que se qualifique
como de melhor qualidade). Sobre diferença de desempenho entre
estudantes de classes sociais altas e baixas o Brasil está entre os 10
países mais desiguais do mundo. Quem adentra salas de aula muitas vezes
se depara com lotações bem acima do racional. Sistematicamente estão
compostas com cerca de 30, podendo, em alguns casos, ultrapassar o
número de 50 educandos empilhados precária e desumanamente. As inábeis
autoridades da área educacional já pararam para refletir se isto é
coerente, producente e se deve continuar indefinidamente? Como
professores, mesmo que bem formados e abnegados que se demonstrem (e o
são) poderão conseguir administrar esses ambientes que replenos de seres
das mais variadas índoles, de estruturas sociais e econômicas díspares e
dali cumprirem, terem êxito, na sua missão que não é apenas a de
transmitir disciplinas como também a de formar cidadãos? Atentemos que
com a violência que grassa País afora, essa também é refletida em salas
de aula e, muitas vezes, alunos e professores são vitimados (ameaças e
agressões físicas e hoje até assaltos em plena sala de aula já são
noticiados). Atentem mais ainda que para tentar apaziguar os ânimos cada
vez mais acirrados nesses ambientes, nossas escolas não contam com
profissionais qualificados - especificamente na área de psicologia - que
imprescindíveis nesses espaços para minimizar os traumas que decorrem.
Nem autoridades e nem um sequer hipotético defensor da área educacional
atenta para esses detalhes. E todo esse controle, esse pesado encargo,
essa árdua missão recai exclusivamente em cima de professores que muitas
vezes sequer são reconhecidos e continuam explorados. Muitos pais, em
decorrência de situações adversas ou até mesmo por negligência e
irresponsabilidade, simplesmente descarregam seus filhos nas escolas no
intuito de se livrar das suas obrigações paterno
social.
Essa é a "Pátria
Educadora" que, de forma leviana e inconsequente, políticos nos vendem.
Nossa expectativa é que, no pleno exercício de nossa já tão aviltada
cidadania continuemos atentos, ousemos e pugnemos, incansavelmente, até
que consigamos despertar nas autoridades comprometidas, mas que até
então negligentes que se demonstram, a consciência plena dessa atroz
realidade para que esses se dignem dar a primazia cabida à nossa
Educação antes que tardiamente!
Nascido em Crato (CE). Formação: Língua Portuguesa e pós-graduado em Gestão Escolar. Ex-funcionário do Banco do Brasil, 1972/1997, assumiu em Russas em 1982. Corretor de Imóveis. Articulista (crônicas e poesias). Meu lema: "Indigne-se por você e por todos contra as injustiças, quais forem. Clame, exija, exerça a sua cidadania e não seja mais um abmudo!" José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
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