Carlos Eugênio
09/03/2016
O Planalto encontrou um disfarce perfeito para sua própria incompetência. Pois é, prezado leitor: quando as coisas não funcionam a contento no Brasil, quando o gestor público peca por incúria, dá-se logo um jeitinho de mascarar os fatos, pondo pirulito na boca da população atingida. As pessoas mais carentes são sempre o alvo dessa corja de delinquentes teóricos que estão à frente do poder.
O que dizer da iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome de criar o Bolsa microcefalia? O que falar da proposta da Organização das Nações Unidas (ONU), ao recomendar que, os países atingidos pelo vírus da zika, permitam as mulheres abortarem – em casos de má formação congênita, como a microcefalia? Não encontro uma expressão mais amena, até porque não dá mais para tolerar esse tipo de delinquência: isso é vagabundagem ideológica.
O governo não implantou políticas públicas de combate ao mosquito Aedes aegypt, e agora vem com essa de “beneficiar” as famílias de bebês com microcefalia! Qual é o valor da saúde de um filho? Que “premiação” medíocre é essa? Uma bolsa de um salário mínimo é suficiente para sanar os transtornos de uma vida inteira marcada por limitações? Claro que não! Esse tipo de iniciativa chega a causar náuseas.
O Brasil tornou-se uma fabrica de doentes em série, e a contribuição da ONU é uma proposta abortiva. Por que não tomaram as medidas cabíveis antes do caos? O caminho mais fácil nem sempre é o que deve ser trilhado, quando está em jogo à preservação de valores. Isso é coisa de delinquentes políticos.
A microcefalia é a doença em que o cérebro da criança é menor que o normal para sua idade. Crianças acometidas com essa patologia podem apresentar alterações físicas com dificuldades para andar, atraso mental, convulsões e problemas na fala. Além dessas consequências, a criança pode ficar com sequelas podendo precisar de ajuda para se alimentar, tomar banho e andar. Mas isso não dá o direito de assassinar um ser humano indefeso que se encontra no ventre materno.
Estados e municípios têm suas responsabilidades frente a esse caos. Infelizmente, os casos de dengue, chikungunya, zika vírus e, por conseguinte, a macrocefalia, vem crescendo consideravelmente no Ceará. Até mesmo antes de ver o pôr do sol, inocentes já estão sendo atingidos pela incompetência de gestores descompromissados com o bem social. Outro problema também provocado pela infecção do vírus da zika é a Síndrome de Guillain-barré, podendo provocar paralisia muscular nas pessoas atingidas.
Em Russas, segundo boletim da secretaria estadual, já ocorreu um caso de morte por microcefalia. O aumento de pessoas procurando atendimento médico com suspeita de dengue é intenso. Enquanto isso, os agentes de endemias do município, ainda não foram beneficiados com o piso salarial de R$ 1.014,00 – conforme determina a Lei 12.944/14. É assim que as “autoridades” desse país cuidam bem das pessoas.
A população tem sua parcela de culpa pela proliferação do mosquito Aedes aegypti. Mas, o que esperar de uma gente que não recebe educação de qualidade? O que esperar de um país que promove o assistencialismo com o intuito de usar a população como massa de manobra? Os políticos sabem muito bem lidar com essa situação: põe em prática a velha política do Pão e circo. Até quando o brasileiro vai aturar esse tipo de vagabundagem ideológica? Bem, é só dá uns caraminguás que o povo aceita as mazelas provocadas pela inoperância do poder público.