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Para falar da música popular do Brasil é preciso não esquecer a influência que ela sofreu dos estilos da Europa, das Américas, e principalmente da África, berço maior de inovações rítmicas nos últimos quinhentos anos. Pode parecer contrastante, mas a nossa música tem sua raiz na tristeza. Sobre esse tema falarei com profundidade mais adiante, mas basta lembrar que o "português colonizador era nostálgico como a lânguida toada dos seus fados; o africano um abatido, suas revoltas eram gritos de dor contra as agruras do exílio em que o puseram, e o índio um sofredor pois tinha na alma a resignada queixa dos rios e o murmúrio das selvas misteriosas". Noutras palavras, cada um tinha a sua dor e basicamente esse trio sofreu influência dele e a ele mesmo influenciou.
A música popular evoluiu do tipo folclórico, e não parou pois a tendência natural ou artificial é fazer transformações devido às sofisticações harmônicas e rítmicas que vão se apresentando no decorrer do tempo. Desde que não perca a sua essência, a arte dos sons pode passar por quantas metamorfoses desejar, contanto que continue sendo música e não se torne ruído.
A música está presente desde sempre na alegria das festas, em cultos religiosos, em cerimonias fúnebres... porém o sentir do povo, o faz cada vez mais senhor de suas preferências! Assim é que o Hino Nacional Brasileiro foi escolhido pelo povo e não pelos jurados, você sabia?
A população carioca que viu nascer a República Brasileira se recusou a adotar a música escolhida por um corpo de jurados para ser o Hino Nacional Brasileiro. Preferiu o antigo hino que fora composto em 1831 por Francisco Manoel da Silva. Já o que foi escolhido pelos jurados para ser o Nacional passou a ser o da Proclamação da República e tem o refrão: "Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós"! O povo não quis o hino novo e o presidente Deodoro da Fonseca acatou o pedido popular. Outra curiosidade que deve ser bem lembrada é a de que Francisco Manoel, o autor da música não conheceu Osório Duque Estrada que é o autor da letra atual: "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas." O hino teve duas versões antes desta que conhecemos, uma para abdicação de Pedro I e outra para a coroação de Pedro II. O que me leva a crer que melodias tem grande poder, dizem e tocam muito. Música é música, poesia é poesia ora! A música é composta por: melodia, harmonia e ritmo, letra é algo que foi incorporado em óperas, missas oratórios e canções populares, porém veremos que as letras passaram a ter grande peso no meio popular.
Continua na próxima edição.
Email: agamenonvioleiro@hotmail.com
É poeta, escritor de contos e crônicas e membro da ACADEMIA ARACATIENSE DE LETRAS, cadeira 28. É compositor e protagonista de vários estilos musicais, os quais ele mesmo arranja e interpreta. É violonista, mas recentemente passou a usar também a viola caipira. Fez apresentações em programas de televisão em Fortaleza, na TV DIÁRIO, TVC e TV ASSEMBLÉIA, sempre divulgando suas inéditas criações e sendo um defensor da cultura popular e as tradições do sertão nordestino.
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